Entrevista: Bia Granja – Co-fundadora e Curadora da YOUPIX

nov/2019

“Quando trabalho com uma marca e ajudo a transformá-la numa instituição de relevância, também estou ajudando essa empresa a ter uma voz mais verdadeira e autêntica.”                                                                                                              

                                                                                                                                                                               

 

Bia Granja é co-fundadora e curadora da YOUPIX, empresa de consultoria de negócios para a Influence Economy. Foi eleita, em 2013, a sexta pessoa mais inovadora do mercado de comunicação e marketing no Brasil pela revista Proxxima, do jornal Meio & Mensagem, e já entrou na lista dos 25 mais influentes da internet da revista Galileu. Bia está confirmada na 2ª edição do SCREAM e promete um bom papo com os soteropolitanos sobre sua história e da marca e ressaltar a importância de trabalhar conteúdo de relevância na contemporaneidade.

 

  

 

ABMP: A Youpix atua no desenvolvimento digital de empresas como muitas outras agências que vem surgindo com as demandas on. Diante de um mercado com tantos concorrentes, o que torna a Youpix diferenciada dos demais concorrentes?

B.G: A Youpix nasceu há quase 14 anos olhando para o universo de pessoas no digital que estavam criando suas histórias, utilizando as vozes que ganharam pela primeira vez e nós chegamos querendo entender esse movimento, que é o de pessoas criando cultura e movimentos culturais dentro da internet. E nós nos desenvolvemos juntos com essas pessoas, acompanhando como cada um revolucionou do seu jeito a comunicação, seja num conteúdo jornalístico, informativo ou de entretenimento. Hoje vemos quanto isso impactou universos como mídia, marcas e academia.

 

Por isso, para falar de nossos diferenciais, é mais do que importante trazer esse contexto, pois nascemos com os creators, que criam cultura e conteúdo digital impactando as estruturas de poder existentes. Então, temos o dedo no pulso desse mercado, dos influenciadores, storytellers e novos comunicadores, e temos a percepção de como isso vem impactando as empresas, que não conseguem mais controlar suas marcas e se submetem a uma espécie de construção coletiva.

 

Hoje somos uma consultoria de negócios para influencers economy, mas estamos falando de uma outra influência, não do ponto de vista dos influenciadores (Instagram e “recebidinhos”), mas sim do sentido de relevância, de ser relevante para as pessoas. Na nossa consultoria trabalhamos com empresas que conseguem ser relevantes nas conversas do mundo de hoje, ajudando essas marcas a entenderem as relações e que elas podem criar com comunidades através de pessoas, que são os próprios influencers.

 

Completando, o nosso diferencial é que somos a única do mercado que faz esse tipo de serviço, pois crescemos com os influenciadores e entendemos as dores, angústias, desafios e oportunidades e para onde tudo isso está indo, porquê trabalhamos com marcas, ferramentas, veículo, gente, stakeholders, veículo e publish. Temos uma visão 360º e conseguimos ser um hub muito efetivo de negócios e oportunidades.

 

ABMP: O mercado contemporâneo exige que o profissional seja multifacetado, tenha conhecimento e disposição para renovar sem perder a essência construída pela marca. Esta é a proposta da Youpix nestes 13 anos de estrada?

B.G: Essa pergunta é a essência da Youpix. Na nossa trajetória, já tivemos muitas formas diferentes de entregar o que a gente entrega, mas acho que o mais importante é que o nosso propósito e a nossa missão permanecem os mesmos: que é o de dar e ampliar voz para as vozes que precisam ser ouvidas. Portanto, quando ajudo um criador a se transformar num negócio, estou fazendo com que essa voz, que antes era invisibilizada ou minorizada, ganhe mais estofo e seja amplificada. Quando trabalho com uma marca e ajudo a transformá-la numa instituição de relevância, também estou ajudando essa empresa a ter uma voz mais verdadeira e autêntica.

 

E é muito louco pensar isso, pois a Youpix já teve várias fases. Começamos como uma revista impressa, depois viramos um site e, em seguida, uma enciclopédia de memes, chegando ao ponto de termos um evento gigantesco para 20 mil pessoas, que foi o YOUPIX Festival, unindo os creators com seus fãs. Depois disso, entramos na fase adulta, ressignificando e mudando o discurso, onde passamos a falar sobre negócios e de como essa área poderia virar uma indústria.

 

A gente só consegue acompanhar as mudanças e se adaptar ao que o mundo nos pede se tivermos essa autenticidade, com uma visão muito clara da essência da empresa e tendo a consciência de que as ferramentas que vamos utilizar ao longo dessa trajetória para entregar esse propósito vai mudar, e que no fim das contas está tudo bem.

 

ABMP: Você desembarca em Salvador para palestrar na segunda edição do Salvador Creativity and Media Festival – Scream. Quais conteúdos não vão faltar nesse bate-papo com a plateia?

B.G: Estou muito feliz de participar do Scream pela primeira vez. Adoro participar de conversas fora do eixo Rio-SP, e inclusive, tenho tanto conteúdo para levar que nem sei o que apresentar (risos). Mas, basicamente, vou levar um pouco do que aprendi sobre marcas nesse universo de social e influencer, sem esquecer de compartilhar, especificamente, um pouco sobre minha participação no festival de publicidade em Cannes (França), o maior do mundo, onde fui uma das juradas e tive uma experiência muito intensa.

 

ABMP: Há dois meses, em São Paulo, foi realizado o Youpix Summit, similar ao Scream, e outros eventos voltados de cunho profissional criativo vem acontecendo no Brasil. Por que a criatividade para o futuro está sendo tão debatida na atualidade? Existe uma espécie de “medo coletivo” do que fazer com o que está por vir?

B.G: Não acho que seja medo, mas sim uma curiosidade, uma empolgação por essa nova fronteira da criatividade que se ampliou. Há pouco tempo, num mundo menos digital e menos questionado, a criatividade funcionava dentro de um contorno muito restrito e branca, heteronormativa e machista. E o que eu sinto é que as possibilidades do que é ser criativo se redefiniu. Hoje falamos mais de vozes e de diversidade, ampliando nossa visão para o que a criatividade serve. Antes se fazia muito piadinha e sacadinha e agora falamos de propostas que sirvam de maneira positiva ao consumidor e ao mundo. A publicidade sempre refletiu a sociedade e nada melhor do que aproveitar o momento para discutir e falar sobre essas novas possibilidades.

 

ABMP: Já que falamos sobre o futuro, falta pouco pra entrarmos em 2020. O que esperar do próximo ano no mercado de comunicação como um todo? Você consegue vislumbrar algum avanço ou retração em alguma área específica da comunicação?

B.G: A grande mudança do mercado de comunicação, para mim, está em deixar de entendê-la como mera emissora de mensagem e sim em compreender qual a função que a comunicação vai desempenhar na vida das pessoas. Precisamos ressignificá-la para que seja útil e relevante, e não um mecanismo de controle e busca pelo protagonismo. E isso está nas questões mais simples, como em pensar mais na comunidade e menos na audiência.

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