Entrevista: Léo Góes – On Line Entretenimento

jun/2018

“As festas juninas tem as suas particularidades porque atendemos basicamente a turistas baianos e do Nordeste em geral que migram nessa época de um estado para outro, diferente do carnaval que atendemos a turistas do mundo inteiro.”                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        

Leo GoesEmpresário baiano que iniciou sua trajetória como comissário do Bloco Nu Outro, onde posteriormente tornou-se o administrador. Trabalhou continuamente durante todos esses anos em grandes projetos no carnaval de Salvador e em micaretas por todo o país, colocando em prática suas ideias arrojadas e inovadoras. Por anos administrou os blocos Cerveja & Cia e Coruja e ainda a empresa de entretenimento Axé Mix.

Atualmente, dirige a On Line Entretenimento que se consagrou por seu calendário anual de eventos e forte atuação no carnaval baiano, onde é responsável por alguns dos produtos mais desejados da folia, ao exemplo do Camarote Villa Mix. A On Line revolucionou o mercado de entretenimento da Bahia com grandes produções de eventos, representação artística e gestão de carreira.

 

 

ABMP: Se olharmos para o calendário festivo da Bahia, o São João é o evento com maior abrangência por permitir a realização de inúmeras festas ao mesmo tempo e em todo o estado, seja na capital, na orla ou no interior. Não é à toa que, antes mesmo da folia terminar em fevereiro, já tem outdoors chamando para as festas do interior. Diante desse cenário, qual a postura de vocês no período junino? As estratégias de contratação de atrações e vendas de ingressos são as mesmas adotadas no carnaval?

L.G: Realmente, o São João é o maior evento do estado por atingir mais de 200 municípios e inúmeras festas privadas. Nós estamos presentes, seja vendendo artistas para os municípios ou eventos privados e também realizando as nossas próprias festas. Para a contratação dos artistas varia muito de acordo com cada região, com os nomes que estão em destaque naquele momento, as bandas que já são tradicionais e não podem faltar.

As festas juninas tem as suas particularidades porque atendemos basicamente a turistas baianos e do Nordeste em geral que migram nessa época de um estado para outro, diferente do carnaval que atendemos a turistas do mundo inteiro. No São João a estratégia é completamente voltada para o regional.

 

ABMP: O forró é a música tradicional do São João que sempre dividiu espaço com o sertanejo, ritmo que tem dominado os meios tradicionais de comunicação e, principalmente, a internet e plataformas digitais de música. É uma seleta lista de bandas e artistas que atraem seu próprio – e grande – público. Como conseguem entrar na disputa dos demais eventos e consolidar uma grade de atrações que prometa casa cheia?

L.G: Não é fácil, pois neste período temos muito mais demanda de eventos do que atrações para atender. Isso faz com que seja preciso criar grades de atrações que tenham misturas de ritmos, e não somente o ritmo típico da época. Os eventos também investem cada dia mais em serviços e em estrutura para serem referências e dependerem menos de uma grade que só tenha as estrelas do momento.

ABMP: Nos últimos anos, tem crescido as críticas quanto à contratação de atrações famosas e com cachês mais altos que não representam o forró e o sertanejo do São João, deixando os artistas tradicionais – e que tem a temporada junina como grande oportunidade de renda – com a agenda vaga. Como vê está relação? É possível conciliar diversos ritmos para agradar ao público e ao mercado artístico ou a moda é o que dita a grade de atrações mesmo, seja em festas privadas ou públicas?

L.G: As festas privadas só existem porque vendem ingressos, então, elas buscam montar uma grade atrativa para que o público se interesse. As festas públicas também vão atrás de artista que o povo tenha desejo de ver. Os chamados tradicionais precisam buscar a evidência além dessa época do ano, o público se renova a cada ano, eles precisam conhecê-los. Dessa forma, o mercado só encolhe e ficamos sem opção.

 

ABMP: Dentro do seu nicho de atuação, quais estratégias mais utiliza para formatar um evento, analisar público-alvo, atrações ideais para cada tipo de festa ou parceiros comerciais?

L.G: Depende do perfil do evento. Analisamos a data e o público alvo, depois definimos o local e montamos a grade. E aí, vamos desenvolvendo os serviços que serão oferecidos, etc.

 

ABMP: Há pouco tempo, o programa da ABMP “Quem sabe faz a live” discutiu o tema Regionalização da Mídia, apontando a importância de oportunizar as agências baianas a criarem mais campanhas junto aos anunciantes locais e nacionais. No ramo das festas acontece a mesma coisa? Majoritariamente, empresas baianas executam os eventos locais ou ainda é comum perder espaço para a concorrência do eixo Rio-SP?

L.G: No ramo de eventos é raro uma empresa de fora vir para a Bahia sem estar associada a uma empresa local.

 ABMP: Invertendo a ordem, o mercado nacional está aberto para receber eventos de agências baianas? Afinal, não há dúvidas de que sabemos fazer grandes festas. Estão aí o carnaval, o Festival de Verão e o Arraiá do Galinho, citando alguns entre tantos exemplos.

L.G: Sempre recebeu até porque somos referência de mercado.

 
Foto: Acervo Pessoal

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