jul/2019

Em aproximadamente 40 minutos de conversa, edição do Quem Sabe Faz a Live debateu o estágio atual desse conceito e sugeriu os caminhos que as empresas devem seguir

Dentro do mercado contemporâneo, principalmente nas áreas que sofrem influência da tecnologia, as terminologias escritas em inglês são as queridinhas do momento. De fato, é de suma importância estar alinhado com as novidades que surgem ao redor do mundo. O décimo encontro do Quem sabe faz a live, realizado na tarde desta terça-feira (23) pela Associação Baiana do Mercado Publicitário (ABMP), foi na contramão disso, e trouxe à tona um case de sucesso que apela para o lado humanístico da questão: o de marcas com alma, que constroem relações com os clientes e restante da sociedade sem o uso da hierarquia.

O encontro foi mediado pelo apresentador Léo Sampaio, e teve como convidadas a consultora de branding, Maria Brasil, e a especialista em marketing digital, Luana Trindade, que juntas, deram dicas e debateram a importância das empresas se posicionarem diante da sociedade, cada vez mais exigente e apegada às emoções, buscando contato no popular tête-à-tête.

“Hoje o consumidor dá muito valor a uma marca com alma, pois ele sabe da capacidade que tem de mobilizar e pautar. A sociedade como um todo conquistou esse poder e quer atender as expectativas, e isso veio muito com as transformações promovidas pela internet, que horizontalizou as relações”, aponta Maria Brasil.

Luana completa destacando que não se trata de algo que está na moda, mas sim de um fenômeno permanente. “Antes o consumidor exercia um papel passivo diante das empresas, onde sequer era ouvido, em alguns casos, até mesmo pelos setores de atendimento ao cliente. A internet deu ao público protagonismo que, tendo ciência de seu poder, modificou a estrutura do mercado alterando os padrões”, explica. 

Em dado momento da conversa, Brasil trouxe a questão que todas as marcas, da bastante lucrativa até a mais incipiente, possuem alma, mas que só algumas tem dimensão disso. “A diferença básica está na consciência. Uma marca que possui essa essência sabe que está ocupando um espaço para oferecer valor, que está ali para além de vender, buscando transcender as barreiras tradicionais, ainda vigentes no mercado”. 

Luana preferiu argumentar trazendo como exemplo a empresa de streaming Netflix. “Vender, ganhar dinheiro, é muito importante. Mas o que gera mais valor é aquela empresa que entende seu papel de fazer o cliente feliz, e isso perpassa pela forma como ela trata seus assinantes, independente da rede social ou ferramenta”. 

Para Brasil, esse tipo de case motiva as empresas a se reinventarem, buscando um outro caminho: aquele que tem como objetivo chegar a uma linha de sustentação, com colaboradores mais engajados, motivados, produtivos e focados em entender as pautas sociais trazidas pelo público, principalmente osmillenials, que possuem a característica de se posicionar de forma mais volúvel.

 

A era do propósito – Todo esse papo girou em torno do “conceito do propósito”, onde as empresas exercem papel mais humano. Brasil polemiza trazendo a analogia que se trata de um conceito ainda em formação, que está se ressignificando. “Estou neste processo de adaptação. O próximo passo é o da consistência e autenticidade. E o tempo vai revelar quem está nessa de aventura. As barreiras que estão para surgir vão mostrar quem de fato elaborou um projeto de longo prazo, a ponto de atingir esse nível e superar as adversidades e transformações”, destaca.

Finalizando o programa, já no âmbito do marketing pessoal, Maria Brasil e Luana Trindade, de forma consensual, demonstraram que investir na sua marca ainda é o melhor remédio para enfrentar as reinvenções que o mercado propõe, principalmente por permitir que movimentos sejam previstos.

A live “Marcas com alma: comunicação e essência”, está disponível no aqui no site, no Facebook e no canal do Youtube da ABMP.

A próxima roda de conversa transmitida ao vivo pela ABMP será sobre carreira publicitária, e está marcada para o dia 06/08, terça-feira, às 15h30.