abr/2019

Associação de moradores, editora e agência de publicidade falam da importância e interesse do público por veículos de nicho

 

Parece arcaica diante de tantos recursos digitais e inúmeras notícias a qualquer hora do dia, mas as revistas de bairro estão ganhando força em Salvador, ganham leitores assíduos, incentivam cooperativismo e melhorias locais e ainda geram receita através de anúncios. Este foi o balanço do último Quem sabe faz a live, programa online realizado pela Associação Baiana do Mercado Publicitário nesta terça-feira (9), com o tema Mídia revista – projeto de revista de bairro.

Especialista neste meio de comunicação segmentado por bairro, negócio e outros nichos, a jornalista Patrícia Magalhães aponta a aproximação do leitor com o conteúdo como o principal atrativo e fator de sucesso: “Os moradores são as estrelas da revista e gostam de se ver ali, de sugerir personagens. Além disso, ela tem um diferencial que é não estar no digital, tornando o conteúdo mais exclusivo”.

As pautas da revista bimensal Amo Horto, destinada aos comerciantes e moradores do bairro do Horto Florestal, de acordo com o engenheiro e presidente da associação de moradores, Coda Leal, tem influenciado no estilo de vida de todos e melhorado a economia local.

“O bairro tinha a característica de ser um ponto de passagem, cortando caminho para vias principais de Salvador. Pra mudar isso, a gente (associação) começou a aglutinar, aproximando o comércio, falando com a prefeitura, com o comando da Polícia Militar pra ver como contribuir com a segurança local e procuramos dar o formato de bairro que antes não tinha. Hoje tem mais pessoas andando na rua, novos pontos comerciais, a caminhada que reúne 1.500 pessoas na rua”, celebra.

Viabilidade – Quem já orçou sabe que o custo pra produzir e imprimir uma revista não é barato, mas Patrícia Magalhães, que também é editora da AMO, garante que a publicação se paga com os anúncios e a regularidade é importante pra isto acontecer. “A periodicidade certa é fundamental, tanto porque os leitores já ficam na expectativa das próximas matérias, quanto por causa do planejamento de anúncios das agências, que sustentam a publicação”, orienta.

Para o publicitário Americo Neto, sócio e diretor de planejamento na Viamídia e atual presidente da Abap-Bahia, as revistas de nicho são as que estão durando, como de Villas, do Yacht e do Amo Horto, e uma das vantagens para o leitor é ser gratuita. “O anunciante quer estar presente, como colégios, blindadoras, restaurantes, lançamentos imobiliários, petshops e delicatessens, sendo bairrista ou não. Ter um público com bom poder aquisitivo, que vai receber a revista em casa e se interessar por aquele conteúdo, gratuito, pago pela publicidade, é interessante e rentável para quem anuncia”, analisa.

Foram mais de 40 minutos de bate-papo e qualquer pessoa, associada ou não à ABMP, pode assistir o programa completo. Esta e todas as lives ficam disponíveis no site www.abmp.com.br. O próximo encontro já está marcado para o dia 23, sobre desejos de consumo do novo consumidor, sempre às 17h.