A retomada de nós mesmos
Nas últimas semanas, a internet tem trazido uma série de conteúdos, principalmente lives, sobre o tema: “o que podemos aprender com o novo coronavírus”.
De fato, situações extremas nos levam, muitas vezes, a reflexões mais profundas. Não que isso seja regra.
Uma das coisas que mais tenho pensado nesses tempos de isolamento é sobre a ressignificação de vários elementos que compõem a nossa vida cotidiana, em especial, o afeto, a nossa relação com o tempo e o desapego.
Muitas vezes, na correria do dia a dia, não nos damos conta de olhar para nós mesmos, o que dirá para o outro. O mundo da inteligência artificial, da internet das coisas e da vida no digital não nos deixa tempo para o que realmente importa.
Temos de estar tão constantemente por dentro de todos os assuntos, ligados em tudo, que deixamos de nos conectar com a gente mesmo.
É certo que essa quarentena alterou o curso da vida de milhares de brasileiros, mas será que, mesmo em casa, estamos tendo tempo para pensar na razão de tudo isso e como nós, indivíduos únicos, podemos contribuir para um mundo melhor? Ou será que continuamos com velhos hábitos e pensamentos, deixando de aproveitar o momento atual para estarmos em silêncio, aprender mais sobre nós e, dessa forma, também compreender melhor o próximo?
O que, efetivamente, esse vírus veio nos dizer? De cara, que o discurso do “eu quero”, “eu preciso”, “eu resolvo” não funciona no cenário atual. Ou seja, tivemos de substituir o “eu” pelo “nós”, pois sozinhos não teremos a menor chance contra essa pandemia.
Outra palavra que tem estado em alta é “conscientização”. Estamos, de fato, vivenciando o coletivo. É nossa chance de aprender de uma vez por todas que o que ocorre em qualquer parte do planeta pode me afetar, mesmo eu estando no aconchego do meu lar. Embora sejamos seres únicos, estamos todos interligados e promovendo constantes transformações no mundo. Se conseguirmos compreender isso verdadeiramente, talvez possamos ter uma vida mais equilibrada, harmoniosa e respeitosa.
Talvez, a gente tenha chegado no melhor momento para desenvolver a compaixão e olhar para o outro sem julgamentos. Para os desavisados, a Covid-19 vem mostrar que somos tomos iguais em nossas fragilidades e necessidades humanas. Não importa cor, raça, crença, sexualidade ou origem.
Este é um momento singular, em que temos oportunidades de estar mais com a gente mesmo, e porque não dizer com o outro – mesmo á distância, demonstrando amor e afeto, repensando as escolhas da vida, ajudando ao próximo e tentando, ao máximo, minimizar nossas dores e sofrimentos. Não que tudo isso não possa ser feito em tempos de não pandemia. Na verdade, seria muito melhor se conseguíssemos ter esse olhar diariamente. Porém, muitas vezes, só em estado e situação de crise é que conseguimos nos reinventar.

Diego Oliveira
Colunista
Além do Cargo
Em um ambiente corporativo, muitas vezes nos deparamos com a tendência de rotular as pessoas com base em seus cargos e funções. Contudo, essa visão pode ser extremamente limitada e prejudicial tanto para o desenvolvimento individual quanto para a dinâmica da equipe. A...
Legado da Diversidade: A Transformação Pessoal Além das Empresas
A era da diversidade e inclusão nas empresas, que ganhou destaque nas últimas décadas, trouxe mudanças significativas na forma como as organizações operam e enxergam seus colaboradores. No entanto, há quem acredite que essa fase esteja chegando ao fim, levantando...
O Real Valor de Saber e Ter um Propósito: Uma Reflexão Provocadora
Em tempos em que a superficialidade parece dominar nossas interações e decisões, surge uma pergunta inquietante: o que realmente significa ter um propósito? A vida moderna, repleta de distrações e aparências, muitas vezes nos leva a correr atrás de objetivos que, no...
Geração Z e o Movimento Feed Zero: Autenticidade e Saúde Mental na Era Digital
A Geração Z, composta por pessoas nascidas entre o final da década de 1990 e o início de 2010, está moldando a forma como nos relacionamos com o mundo digital. Uma das características mais marcantes dessa geração é a familiaridade com a tecnologia: enquanto os...
O Casulo Digital: Como o Celular Nos Afasta de Nossa Essência
Vivemos em uma era em que, paradoxalmente, a conexão digital nos desconecta de nossa essência. Cada vez mais, nos vemos presos a um "casulo" invisível, representado pelo nosso celular, que nos isola da realidade ao nosso redor. Em vez de usarmos a tecnologia como uma...
Spocalipse: O Papel da Humanidade em Tempos de Transformação e Esperança
Vivemos tempos de grandes transformações e desafios, o que leva muitos a questionar se estamos diante de um momento "apocalíptico". A sensação de estar no limiar de uma grande mudança, seja ela ambiental, social ou tecnológica, é amplificada pela velocidade com que os...
junte-se ao mercado