Pequenas empresas, grandes marcas: A importância do branding

ago/2024

Recentemente, tive a oportunidade de compartilhar algumas ideias em uma entrevista para o jornal Correio* sobre o papel do branding para pequenas empresas. Considero que certos pontos discutidos nessa entrevista merecem ser amplificados, pois acredito que a informação deve ser propagada ainda mais. Por isso, decidi escrever sobre esse tema na coluna deste mês.

Vivemos em um tempo em que os conceitos se diluem na maré de termos usados sem critério. Branding é um desses conceitos frequentemente confundido com identidade visual ou marca. Na verdade, o branding vai muito além de um logotipo bonito ou um slogan criativo. Trata-se de um conjunto de ações estratégicas voltadas à gestão da marca, buscando integrá-la à cultura e influenciar a vida das pessoas de uma forma significativa. Enquanto a marca é um sistema integrado de atributos tangíveis e intangíveis que promete e entrega soluções, o branding é a engrenagem por trás disso tudo.

Agora, vamos pensar no cenário das pequenas empresas. Num mercado cada vez mais saturado e competitivo, o branding surge como uma ferramenta essencial. E, sim, mesmo para quem está começando e tem um orçamento limitado. Muitas vezes, há uma crença de que o branding é um luxo reservado às grandes corporações, mas essa é uma visão míope. Se feito com clareza e propósito, o branding pode ser a diferença entre o sucesso e a invisibilidade.

Uma gestão eficaz da marca permite que uma empresa pequena defina com precisão sua proposta de valor, diferenciando-se da concorrência e, mais importante, criando uma conexão emocional com seus clientes. Não se trata apenas de ser conhecido, mas de ser reconhecido — de ser lembrado com afeto e confiança. E, quando isso acontece, o efeito é poderoso: o famoso “boca-a-boca” se espalha, e a marca começa a crescer de forma orgânica, quase como um organismo vivo que se alimenta da própria reputação.

Mas, sei que a pergunta que não quer calar é: “Vale a pena investir em branding quando o caixa é apertado?” Minha resposta é sim, absolutamente. Porque o branding oferece benefícios de longo prazo que podem transformar o futuro da empresa. Vou além, ele é a base que sustenta o crescimento e a sustentabilidade. Um branding bem feito facilita o reconhecimento instantâneo da marca, constrói uma reputação sólida e aumenta a percepção de valor. E isso se traduz em clientes dispostos a pagar mais pelos seus produtos ou serviços. Não é só aparência; é substância, é futuro.

Vamos às dicas práticas, porque gosto de ter os pés no chão quando se trata de oferecer conselhos. Primeiro, é essencial conhecer profundamente o seu negócio. O que você faz e o que representa? Sua marca deve ser o reflexo autêntico dessa essência. Depois, defina sua missão, valores e visão de forma clara. Isso não é só teoria; são os pilares que sustentam todas as suas decisões. Conheça seu público-alvo, crie uma personalidade de marca que ressoe com ele, e então traduza tudo isso em elementos visuais concretos. Seu logotipo, sua paleta de cores, tudo deve contar essa história de forma coesa.

Autenticidade é o próximo passo. Nada de copiar fórmulas prontas. Desenvolva um tom de voz que seja fiel ao que você realmente é e mantenha essa consistência em todas as comunicações. E, por último, esteja presente. Quem não é visto, não é lembrado. Mantenha uma comunicação ativa em todos os pontos de contato com o seu público, seja nas redes sociais, em eventos ou em ações promocionais.

Portanto, se você é uma pequena empresa, saiba que investir em branding não é um luxo, mas uma necessidade estratégica. É o que vai garantir que você não apenas sobreviva, mas prospere em um mercado cada vez mais competitivo. E lembre-se: a construção de uma marca forte é a construção de um legado. E esse legado pode ser a diferença entre ser mais um e ser único.

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O conteúdo e opinião publicados neste artigo são de inteira responsabilidade do autor ou autora.

Emanuel Bizerra

Emanuel Bizerra

Colunista

Comunicólogo e ecologista, estudante de consumo, marcas e comunicação (Lato Sensu). Observador da vida cotidiana e amante da natureza, escrevo quando pede o coração

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