A liderança feminina e o nosso papel transformador neste cenário

dez/2022

Desde que iniciei a CRIATIVOS – minha agência de relações públicas e assessoria de imprensa –, lá em 2016, grande parte dos nossos clientes são de empresárias, empreendedoras ou negócios liderados por mulheres.

Por acaso, ou não, temos dialogado com importantes nomes associados a serviço, varejo e pesquisa, validando e experienciando os números referentes à presença feminina no empreendedorismo e espaços de poder.

Segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor 2020, principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, dos 52 milhões de empreendedores brasileiros, 57% são mulheres. De acordo com a pesquisa da Rede Mulher Empreendedora (RME), mulheres empreendem mais tarde do que os homens, mas possuem maior grau de escolaridade: enquanto 37,5% das empreendedoras concluíram uma pós-graduação, somente 15% dos homens possuem a mesma titulação.

Disciplinadas, resilientes, flexíveis e com forte perfil de equipe, as mulheres que atendo apresentam características diferenciadas acerca dos detalhes e anseios para o sucesso. Talvez – e muito provavelmente, pela necessidade de mostrar competência em ambientes altamente misóginos e discriminatórios, as mulheres se tornam mais sensíveis a assuntos associados a diversidade e transformação nos ambientes de trabalho, assim como mais atentas e capacitadas ao desenvolvimento e exercício do próprio trabalho.

Segundo a pesquisa da RME, entre as empresas que possuem mulheres como líderes e funcionários contratados, 84% têm ao menos metade de mulheres na equipe, contra 56% dos negócios geridos por homens, reforçando o diferencial transformador que há na liderança feminina.

Com forte direcionamento para questões associadas à diversidade e transformação social, aqui na CRIATIVOS temos visto o quanto esse enviesamento tem sido um diferencial no diálogo com essas players. Exigentes em toda a cadeia de fornecedores, um dos princípios que atendemos nesse cenário é o de possuir equipe diversa quanto às mais variadas características, fornecendo assim um ambiente acolhedor, empático e inclusivo.

Mais ágeis na hora de inovar em seus negócios, segundo uma pesquisa do Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, 11% das mulheres ouvidas afirmaram ter promovido algum tipo de inovação nos negócios em meio à última crise, contra 7% dos homens.

Apesar de tantos avanços, o Fórum Econômico Mundial (FMI) estima que serão necessários ainda 136 anos para que homens e mulheres vivam em par de igualdade nos ambientes de negócios, o que nos coloca em alerta sobre qual é o nosso papel empresarial a fim de diminuir essa estimativa e promover a tão necessária e emergente equidade social.

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Rodrigo Almeida

Rodrigo Almeida

Colunista

Relações Públicas, Mestre em Gestão e Tecnologia Industrial, Professor Universitário e Diretor da agência CRIATIVOS.

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