Do “feeling” à ciência: como o Neuromarketing e a IA estão revolucionando a publicidade
Quem é publicitário das antigas, como eu (lá se vão 27 anos de profissão! rs), aprendeu a usar o que chamamos de feeling para interpretar as respostas das pesquisas tradicionais, pois sabíamos que o dado frio não gera emoção. Nos pautávamos, já naquela época, por essa máxima que nos dias de hoje é uma premissa do neuromarketing: antes de agir a gente pensa e antes de pensar a gente sente. Ou seja, todas as nossas decisões estão pautadas em respostas emocionais, embora a gente sempre tente usar a razão para justificar uma decisão que, na sua essência, é regida pelo sentir, assim como no consumo de bens e serviços ou no posicionamento institucional de uma empresa.
A fonte de pesquisa não se restringia as entrevistas quali ou quanti. Éramos treinados para usar o nosso feeling pessoal, por isso, precisávamos ter repertório social/cultural sempre afinado com os desejos do público e com a realidade vivida por eles. A empatia direcionava as ações. As pesquisas qualitativas e quantitativas, de fato, sempre foram ferramentas importantes, mas ainda deixavam uma lacuna sobre o real impacto das campanhas perante o público.
Foi então que o Neuromarketing surgiu como um guia que transformou o nosso feeling/repertório em dados científicos. Através de métodos como eletroencefalograma, resposta galvânica, eyetracking e eletrocardiograma, finalmente podemos enxergar as verdades que se escondem por trás das respostas superficiais, e muitas vezes contaminadas em entrevistas e questionários.
Imaginem só: agora conseguimos “acompanhar” o cérebro do consumidor e entender como ele realmente reage a cada detalhe de uma campanha! E o melhor de tudo: em tempo real! Com essas informações valiosíssimas, nós, publicitários, podemos avançar com muito mais clareza e assertividade na comunicação com o público. E a Inteligência Artificial entra em cena para turbinar ainda mais essa revolução. Ela nos ajuda a analisar a montanha de dados coletados pelo Neuromarketing e a identificar padrões que seriam impossíveis de detectar manualmente.
Com a IA, podemos treinar nossos algoritmos para entender cada vez mais sobre gente e menos sobre máquinas. Afinal, o objetivo é criar campanhas que ressoem com a verdade de cada indivíduo. A ideia de manipulação do individuo ficou no passado. Lembrem-se: o Neuromarketing não é sobre controle mental, mas sobre balizar decisões inteligentes e coerentes com a realidade. É sobre usar a ciência para construir pontes entre marcas e consumidores, criando conexões autênticas e duradouras.
Eu acredito que a união da IA com o Neuromarketing é o futuro da publicidade. É uma ferramenta poderosa que nos permite criar campanhas mais eficazes, relevantes e humanas. E eu estou aqui para compartilhar essa jornada com vocês!
E aí, o que acham desse movimento? Deixem seus comentários e vamos conversar sobre o futuro da publicidade!
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Olivia Berni
Colunista
Neuroestrategista de comunicação e CEO do Neuro Insights News e da Plenamind
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