E no jogo da razão x emoção, quem é você?
A racionalidade da irracionalidade, muitos de vocês devem estar pensando como isso é possível? Por que haveria racionalidade na nossa irracionalidade? Mas antes de tudo quero levá-los a uma reflexão maior, o que é a racionalidade e a irracionalidade?
A racionalidade para a maioria é sinônimo de razão, pessoas que tomam decisões de forma totalmente lógica, ponderada e levando em consideração todas as informações que possuem. Na razão a pessoa costuma analisar os prós e contras, e assim tende a demorar mais para escolher algo. O racional evita decisões precipitadas e, assim, muitos dizem que ele pode estar “enrolando”. Mas não, o que ele busca mesmo é ter confiança naquilo que vai fazer para não haver arrependimentos de nada.
Já a irracionalidade está atrelada a emoção, onde as pessoas deixam “o coração falar” o que deve ser feito. Pessoas que são orientadas desta forma tendem a tomar decisões em um ímpeto e impensáveis, de repente até decisões que não tomariam no seu dia-a-dia. Elas se deixam levar pela emoção do momento, das pessoas ou de qualquer coisa onde o sentimento toma conta de tudo.
Mas, todos devem concordar que, equilíbrio deve ser a palavra que norteia a nossa vida. Porém, como equilibrar a nossa razão e a nossa emoção? Como me tornar racionalmente irracional de forma que eu não seja tão “frio” ao escolher algo mas também nem tão “coração”.
Um estudo de John-Dylan Haynes sobre tomada de decisão e sua relação com a razão e a emoção afirma que as nossas ações são decididas com cerca de 10 segundos de antecedência. A pesquisa de Haynes sugere, portanto, que antes desta informação chegar à nossa mente, já decidimos o que vamos fazer, ou seja, as escolhas que fazemos são diretamente influenciadas pelo inconsciente. Entretanto o inconsciente ele é o que?
Daniel Kahneman afirma que a nossa mente funciona através de dois sistemas o Sistema 1 (intuitivo e automático, onde os julgamentos e decisões ocorrem de maneira rápida e automática, mediante operações simples e sem esforço algum para os indivíduos, conhecido também como o “piloto automático”) e o Sistema 2 (deliberado ou controlado, sendo o método de tomada de decisão mais lento e preciso, caracterizando as operações com sequencia, dependente de esforços). Além disso, Kahneman define que o Sistema 1 teria mais influência sobre nossas vidas do que percebe-se, e a sua essência seria a memória associativa, pois o ser humano está constantemente construindo uma interpretação coerente do que acontece em seu mundo. Entretanto, o Sistema 1 gera impressões e sentimentos que são a principal fonte das crenças explícitas e das escolhas do Sistema 2, afinal o ser humano não suportaria desconhecer as causas de seus julgamentos, ou seja, ele costuma “tapar o buraco”. O Sistema 1 representa formas rápidas e semi-intuitivas utilizadas para tomar alguma decisão ou solucionar algum problema, enquanto o Sistema 2 representa um raciocínio mais lento e elaborado.
Sendo assim, a limitação do consciente pode fazer as pessoas agirem de maneira impensada ou, até certo ponto, inexplicável, cedendo a tentações ou recuando por motivos aparentemente infundados. E no nosso dia-a-dia, o Sistema 1 domina 95% das nossas decisões frente a 5% do Sistema 2.
E no jogo da razão x emoção, quem é você? Quem você quer ser? O que você tem feito para achar o equilíbrio que mais consiga se conciliar a sua vida e felicidade?

Fred Mette
Colunista
Doutora em administração, amante e atuante nas áreas de finanças, marketing, empreendedorismo e inovação. Possui com experiência em consultoria, avaliação de negócios e planejamento estratégico e financeiro. Sócia e idealizadora da U-Plan Startup. Seus interesses de pesquisa incluem, principalmente, psicologia econômica, endividamento e bem-estar financeiro. Atualmente é professora na PUCRS, onde atua como agente de inovação e coordenação de programas de MBAs
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