Me respeite. Eu sou favela.
Confesso que tentei criar um outro título para este artigo, mas foi uma missão quase impossível não considerar o nome do estudo recentemente realizado pela Youpper Insights.
O orgulho e a satisfação já eram imensos por ter feito parte da organização do SCREAM – Salvador Creativity anda Media Festival, que chegou à sua quarta edição dias 3 e 4 de dezembro; e a honra foi maior ainda por ter tido a oportunidade de apresentar uma nova pesquisa em primeira mão para o público que nos acompanhava presencial e virtualmente.
Compreender o comportamento dos consumidores sempre esteve presente dentre meus propósitos. E me aproximar da população que forma a maioria dos residentes de nosso país, é uma persistência quase divina. O Brasil (ou brasis) é caracterizado pela cultura que circula nas periferias de todos os cantos e, mais do que isso, cresce ou decresce a partir dos impactos que atingem essa população.
Não por acaso, é de extrema importância investigar a relação que as marcas estabelecem com os consumidores das favelas desta nação. E, com a proliferação da Covid-19, dialogar com os mais atingidos pela pandemia tornou-se uma urgência.
Há dois anos eu já tinha liderado o estudo “Os invisíveis”, também apresentado no SCREAM, que foi praticamente uma primeira onda de levantamento de dados. Agora, em 2021, aprofundamos ainda mais e captamos informações que podem orientar futuras campanhas de comunicação… e mais, podem contribuir para uma relação genuína entre clientes e empresas.
Dentre os “achados” temos:
- 42% dos entrevistados se sentem representados por grandes marcas;
- 68% acreditam que as marcas pensam neles ao produzirem seus produtos.
Quando o assunto é moradia:
- 58% se sentem satisfeitos;
- 22% tem orgulho;
- 13% sente insegurança;
- 3% expressa vergonha.
O que mais me chama atenção – mas não é uma surpresa pra mim – é que 80% dos moradores de favelas se sentem valorizados, 18% preferiram não opinar e apenas 2% se sentem usados. Do ponto de vista das campanhas publicitárias, há quase uma unanimidade: 90% quer pessoas reais nas peças de comunicação.
É isso! Como eu sempre digo: gente gosta de gente!
Do ponto de vista econômico-social, vejo que temos muito ainda a avançar (o próprio debate que aconteceu durante a apresentação do estudo demonstrou isso); entretanto, é possível enxergar que evoluímos nos diálogos em torno da valorização e respeito aos territórios periféricos. Nós, enquanto profissionais de mídias, temos a missão de estar atentos não só aos números, mas principalmente ao que “as ruas nos fala”.
Diego Oliveira
Colunista
O Real Valor de Saber e Ter um Propósito: Uma Reflexão Provocadora
Em tempos em que a superficialidade parece dominar nossas interações e decisões, surge uma pergunta inquietante: o que realmente significa ter um propósito? A vida moderna, repleta de distrações e aparências, muitas vezes nos leva a correr atrás de objetivos que, no...
Geração Z e o Movimento Feed Zero: Autenticidade e Saúde Mental na Era Digital
A Geração Z, composta por pessoas nascidas entre o final da década de 1990 e o início de 2010, está moldando a forma como nos relacionamos com o mundo digital. Uma das características mais marcantes dessa geração é a familiaridade com a tecnologia: enquanto os...
O Casulo Digital: Como o Celular Nos Afasta de Nossa Essência
Vivemos em uma era em que, paradoxalmente, a conexão digital nos desconecta de nossa essência. Cada vez mais, nos vemos presos a um "casulo" invisível, representado pelo nosso celular, que nos isola da realidade ao nosso redor. Em vez de usarmos a tecnologia como uma...
Spocalipse: O Papel da Humanidade em Tempos de Transformação e Esperança
Vivemos tempos de grandes transformações e desafios, o que leva muitos a questionar se estamos diante de um momento "apocalíptico". A sensação de estar no limiar de uma grande mudança, seja ela ambiental, social ou tecnológica, é amplificada pela velocidade com que os...
Acolhimento e Fé: O Poder de Unir Corações
Acolher é um ato de empatia e humanidade que transcende qualquer crença religiosa. Independentemente de nossa fé ou das doutrinas que seguimos, todos temos a capacidade de oferecer e receber acolhimento, um gesto que está no cerne do que significa ser humano. A fé,...
A Dança da Inclusão: Gestos que transformam
A importância de convidar, tirar para dançar e dar carona de volta em um baile vai muito além das ações em si; elas simbolizam a essência da diversidade e inclusão que a sociedade tanto almeja. Num mundo onde muitas vezes as diferenças são vistas como barreiras, esses...
junte-se ao mercado