Outubro Rosa. A bola da vez
Uma das características do mercado publicitário é a sua sintonia com as demandas comerciais ou sociais, o que gera modismos de época, nem todos se sustentam por muito tempo. A bola da vez nos últimos anos tem sido o Outubro Rosa que gera mídia de oportunidade em todos os veículos, mesmo nestes tempos de crise, e em especial ações promocionais tanto da iniciativa privada como do poder público. A iluminação rosa do Elevador Lacerda, no período é um exemplo disso.
Na Bahia, em particular, o Outubro Rosa, tem sido um exemplo de comunicação bem sucedida a favor da causa. É um modismo, mas, por ora está valendo e continuará valendo enquanto houver criatividade para se renovar a mensagem. Temo que a banalização do tema acabei tendo mais tarde um efeito contrário. Deixará de ser um alerta, para ser um saco e é aí que mora o perigo.
Enquanto isso a comunicação tenta sustentar uma outra bandeira, o novembro azul que ainda não flameja e acredito essa aí não vai ter o mesmo impacto do Rosa. Até por que o público alvo não se sente público alvo.
Em outros momentos a bola da vez pareceu que seria para sempre, mas não era e um dia a bola murchou. Foi o caso de uma data comercial, muito celebrada até a década anterior, o Dia da Secretaria, comemorado em 30 de setembro. Nasceu do nada, virou modismo, era um festival de flores e almoços com as secretarias, brindes, chocolates, palestras, anúncios nos jornais, até comerciais de TV; as secretarias sentiam-se rainhas e não tinha desfeita maior sobre a face da terra do que o chefe deixar passar em branco a data.
Foi bom enquanto durou. Um outro modismo o politicamente correto, acabou contribuindo para o efeito murcho da secretaria que se orgulhava de sua profissão. É que um dia inventaram o conceito de secretaria do lar, para não chamar a empregada doméstica de doméstica, tudo bem pela autoestima delas, mas, secretaria? Não poderia ter sido outra profissão mais genérica do tipo Colaboradora do Lar? Deixa para lá.
A propósito inventaram que vendedor é consultor, uma denominação mais chique, e inventaram tantas outras coisas que estou aqui matutando que rotulo será criado para os publicitários se o glamour da profissão se esvair, já é um processo. Comunicólogo? Essa não emplaca. Terá de ser alguma palavra com o sufixo “ista” que lembre especialista, não será publicista que essa já foi tentada e não deu certo. Enquanto isso, e para não correr o risco de falar bobagens, vou apreciando o Outubro Rosa, sempre há coisas boas e novas de se ver.

Nelson Cadena
Colunista
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