Pacto afrodescendente
Um dos impactos do Sream Festival 2019, evento promovido pela ABMP em 6/7 de dezembro último, foi o pacto afrodescendente envolvendo as maiores agências de publicidade do Estado em torno de um compromisso de igualdade racial, ou seja, uma maior inclusão da etnia no mercado de trabalho. A iniciativa veio de encontro ao pacto pela inclusão de jovens negros e negras no mercado publicitário, assinado em São Paulo pela ABAP, FENAPRO e 14 grandes agências associadas das entidades, no segundo semestre deste ano, atendendo proposta do Ministério Público.
Por falta de informação (pesquisa) não sabemos qual o percentual de afrodescendentes nas agências de propaganda de Salvador e mesmo do Brasil. No maior mercado do país (São Paulo) apenas 13% das agências contam com programas estruturados de inclusão em suas estruturas, segundo levantamento realizado pelo Grupo de Planejamento em julho e agosto passado junto a 78 agências dessa cidade. É pouco, quase nada. Tende a crescer.
Na Bahia não há nenhum programa de inclusão estruturado, o que deverá ocorrer em 2020, a partir das diretrizes do pacto assinado durante o Scream.
Mas, como saber da real inclusão de afrodescendentes no mercado publicitário? Uma das balizas será a pesquisa que a ABAP/Ba está realizando com o apoio do Sinapro/Ba, Central de Outdoor/Ba e ABMP, que permitira aferir o atual efetivo em percentuais de afrodescendentes, não apenas nas agências, também nas empresas de Live Marketing, Digitais e Veículos de Comunicação.
Uma atualização da pesquisa que será divulgada no primeiro trimestre de 2020 permitirá no futuro medir o patamar de inclusão, a partir do pacto referido.
O primeiro passo foi dado, invertendo a lógica que prevaleceu nas últimas três décadas de tratar a questão racial na publicidade apenas do ponto de vista do conteúdo da mensagem. Uma discussão cujo foco exclusivo era o protagonismo de negros e negras nos comerciais, anúncios de revista e jornal e na mídia exterior. Discussão que evoluiu na última década para a qualidade desse protagonismo, ou seja, o papel mais empoderado dos atores na figuração, no casting, representando papeis igualitários e não subservientes.
Felizmente o Ministério Público entendeu que a questão tinha de ser tratada também do ponto de vista do Mercado de Trabalho e as entidades de classe e algumas agências pioneiras já se mobilizam nesse sentido. É algo inédito na propaganda brasileira, tão vanguardista na linguagem, mas, conservadora nos conceitos. 2019 é o marco desse processo e a Bahia, o Estado de maior população afrodescendente do Brasil, deve responder positivamente. Assim esperamos.

Nelson Cadena
Colunista
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