Valeu pelo seu post colorido de junho! A galera lgbtqia+ agradece! Mas nos outros meses o que você tem feito de verdade para combater o preconceito? Que tal começar pelos “simples” discursos que só potencializam homofobia, transfobia & bifobia?
“Você é gay?”
“Como você virou lésbica?”
Vem cá, alguém fica perguntando por aí se você é hétero? Como você virou hétero ou com quantos anos você decidiu ser hétero? Como foi falar para seus pais? Então se toca e pare de ser desnecessári@. “Mas bissexual, pansexual, heteroflexível e homoflexível são pessoas indecisas!”. Quando se trata de desejo ninguém discute. É algo individual e a diversidade deve ser respeitada. Só para reinterar, é bifobia você questionar uma mulher do porque ela gosta de mulher se namora um homem.
“Prefiro ter um filho drogado a ter um filho gay!”
Assim como você tem a liberdade de escolher casar ou não, ter filhos ou não, uma criança pode ter a mesma decisão de escolhas. Isso é péssimo para o filho! Só atrapalha no processo de evolução humana, fazendo esses indivíduos crescerem seguindo uma receita pronta, que em muitos casos só geram problemas psicológicos, traumas e inclusão em grupos errados para se sentir acolhido por conta pressão da familiar. Eduquem seus filhos para distribuir amor por onde passar, sem entregar modelos que serviram para sua felicidade, receitas que deram certo para você e pode não servir para ele.
“Mas você nem tem jeito!”
Onde ficou determinado que existe um jeito certo que confirma se o cara é gay ou se a mulher é lésbica? Onde está, na Constituição Federal, o termo que diz que um homem não pode falar de forma “afeminada”, não pode andar de saia e salto alto, não pode rebolar? Acontece que os próprios lgbtqia+ não se acolhem como deveriam. Aí chega na ponta pior, os homofóbicos e transfóbicas.
Os (gays padrão), por exemplo, em sua maioria crucificam os afeminados. Só lembrando que estes chamados de delicados são responsáveis por conquistas para geral, como: beijar outros caras ou mulheres em público, curtir seu carnaval livremente, desfilar por aí com seu lookinho estampado, pois é, eles que deram a cara e enfrentaram o preconceito para evolução de tudo que vemos nos dias atuais. Pensa que poderia ser bem pior! Esse “jeito” está associado a questões psicológicas, da estruturação do corpo e do prazer de se sentir vivo expressando sua vontade, seja de uma simples unha pintada até a retificação do nome. Nem tudo precisa ser da forma como você vive. Saia da caixa & respeite.
“Ai, se você fosse homem!”
“Poxa, tão bonito, pena que é gay”
Ainda bem que você é bem feminina, não suporto caminhoneiras”
Mas vem cá, quem disse que gay não é homem? Não é você quem decide que tal pessoa é homem ou não, é a própria pessoa. Quem disse que a mulher hétero tem que ser delicada? O que define bonito e feio? A opção sexual!? Capaz de ser! rsrs. Essas frases são desrespeitosas. NÃO DIGA MAIS! E outra: gênero e sexualidade são coisas totalmente diferentes. Por exemplo: um homem trans pode ser gay. Uma mulher trans pode ser lésbica. E quem vai proibi-los disso? Você? Então se toca, viu!
“Posso participar?”
Para começo de conversa, ser lésbica não é falta de pinto, é orientação sexual. Você não pode nem falar, muito menos participar. Seu machismo não vai mudar nada no desejo ou atração. “Quem é o homem/mulher da relação?”. Qual seu interesse em saber quem é passivo ou ativo? Você vai praticar? Então repita comigo: NÃO É PORQUE UMA PESSOA É HOMOSSEXUAL QUE ELA TROCA DE GÊNERO. Essas frases tentam colocar relações homoafetivas dentro do padrão heteronormativo, apenas.
“Qual é seu nome de verdade?”
Pouco importa o nome da pessoa. A única coisa importante é como ela se apresentou. Se ela escolheu fazer a transição foi por opção e direito, onde automaticamente mudam alguns aspectos que deixam de fazer parte da vida. Tem gente que precisa mudar para continuar vivendo!
Acho que é um boa oportunidade para também dizer que as expressões bizarríssimas: “isso é trabalho de homem, você não vai conseguir fazer!”, “você trabalha com moda!?, tá explicado!”. São tudo geradas pela cultura machista nojento da sociedade, que resultam em ódio, violência e falta de respeito. As pessoas são livres para suas escolhas, independente de opção sexual, da aprovação de terceiros ou até mesmo se querem ir para o céu ou inferno. A mulher pode escolher ser frentista, sim! O homem pode ser manicure, sim! A Pablo Vittar pode ser considerada a mulher mais sexy do Brasil, sim! O homem trans pode dá à luz a uma linda criança, com certeza!
“Eu não tenho preconceito, mas…”
Nesse caso o seu mas é = contradição da sua afirmação afetuosa. Ficar em cima do muro é a mesma coisa que contribuir com morte de no mínimo 1 lgbtqia+ por dia. Então você também está ajudando nessa chacina.
“Esses gays só querem privilégios!”
É isso mesmo! Os lgbtqia+ merecem tudo que você acha normal sendo heterossexual. Os direitos então existentes não conseguem garantir que a vida dessas pessoas sejam integralmente respeitadas. Eles querem trabalhar, ter família, ser médico, político, cantor, eles querem VIVER! Parem de destruir talentos, de matar milhares de sonhos por coisa pouca, por não suportar ver a felicidade ou sucesso do outro. Aceite sua realidade, suas escolhas e não queiram estender para todos em forma de ódio e violência. Afinal, ninguém lhe proibiu de ser hétero. E por fim, AMAR NÃO MATA!
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O conteúdo e opinião publicados neste artigo são de inteira responsabilidade do autor ou autora.

Tiago Santos
Colunista Convidado
Graduado em Administração pela FAINOR
Cofundador da comunidade Tigs
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