Entrevista: Isaac Edington – Presidente da SALTUR
“Durante o verão o setor turístico, mesmo com todas as dificuldades, até nos surpreendeu de certa forma, com as taxas de ocupação. Nós acreditamos que além de ter ficado ainda mais forte como atrativo turístico nos últimos anos, antes da pandemia, as ações de segurança e combate à pandemia realizadas pela gestão, desde o início, tem mostrado que estamos prontos para receber a todos da forma mais segura possível.”
Gestor da “Plataforma de Eventos” da Cidade de Salvador desde 2015. Entre 2013 e 2104, atuou como secretário para Copa da Mundo da FIFA 2014 pela Prefeitura de Salvador. Foi membro da equipe de fundadores da Rede Bahia de Comunicação onde atuou como dirigente durante de 23 anos. Administrador de empresas, com Pós-Graduação em Psicologia Organizacional, Gestão Responsável para Sustentabilidade pela Fundação Dom Cabral e Estratégia de Negócios para Sustentabilidade por Stanford /USA. É membro do conselho de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia/FIEB, membro do Conselho de Administração da COGEL – CIA de Governança Eletrônica, membro do Conselho Municipal de Turismo – COMTUR, e do Conselho fundador do Todos Pela Educação/SP.
ABMP: Salvador respira turismo o ano todo, tem os roteiros históricos, religiosos, culturais, gastronômicos, além dos eventos corporativos, festas, praias e Baía de Todos os Santos. Quais foram os segmentos mais impactados pela pandemia no setor turístico?
IE: O setor de eventos sem dúvida, infelizmente, pois diante das características próprias da atividade, que por essência é reunir as pessoas, foi extremamente impactado. São milhares de profissionais envolvidos em um setor muito importante para a cidade, responsável inclusive, no fomento e movimentação econômica de outros segmentos, a exemplo do imobiliário durante carnaval, dos bares e restaurantes no período de ensaios de verão e o da hotelaria durante Réveillon e também da folia momesca. É um impacto forte e difícil, mas que iremos (toda a gestão municipal) de toda forma fortalecer, assim que for possível.
ABMP: Como o público estrangeiro tem visto Salvador enquanto destino turístico durante e no pós pandemia? Sentem-se seguros?
IE: Nacionalmente Salvador segue com um dos principais destinos mais procurados. A Prefeitura, em parceria com o Instituto de Pesquisa Qualitest, promoveu uma Pesquisa de Sondagem Turística para o pós-pandemia. As cidades mais procuradas para os interessados em viajar são Salvador (6,11%), Maceió (5,09%) e Fortaleza, empatada com o Rio de Janeiro (4,92%). Além disso, a operadora de turismo CVC, ainda no ano passado, divulgou que a cidade de Salvador é o segundo destino brasileiro mais procurado, para quem já estava programando viagens após a pandemia. Durante o verão o setor turístico, mesmo com todas as dificuldades, até nos surpreendeu de certa forma, com as taxas de ocupação. Nós acreditamos que além de ter ficado ainda mais forte como atrativo turístico nos últimos anos, antes da pandemia, as ações de segurança e combate à pandemia realizadas pela gestão, desde o início, tem mostrado que estamos prontos para receber a todos da forma mais segura possível. Sobre o turismo internacional há uma incerteza muito forte, principalmente devido às diferentes fases da pandemia que vem passando cada país, cada um em um momento específico.
ABMP: O que a cidade tem feito para amenizar os impactos negativos na economia desta cadeia produtiva que vai do ambulante que vende fitinha do Senhor do Bonfim aos grandes hotéis que lotam no verão?
IE: As tentativas de diminuir esse impacto nas casas e na vida dos soteropolitanos têm sido muitas. A Prefeitura tem atuado em diversas frentes, com trabalho intenso desde o início. Dentre os principais projetos posso citar o Auxílio Salvador Por Todos, a doação de cestas básicas, um trabalho forte de acolhimento e assistência social às famílias mais vulneráveis, auxílio emergencial para os profissionais do setor de cultura e eventos e tantos outros projetos que vêm tornando a realidade um pouco menos dolorosa, do que poderia ser.
ABMP: Quais são os principais aspectos para retomar a atividade turística na cidade? Existe um protocolo exclusivo para o setor, desde medidas sanitárias a incentivos fiscais?
IE: Os protocolos do setor já existem, foram implementados logo no início da pandemia e estão sendo seguidos pelo setor de turismo. Os resultados desse planejamento antecipado e execução tem contribuído, mesmo com a pandemia, mesmo com as limitações, para a economia da cidade. Durante um período significativo da pandemia, o turismo não parou completamente em nossa cidade. É claro que sofreu e vem sofrendo muito, os números não se comparam com os da época sem pandemia. Mas tenho certeza que, quando voltar, voltaremos com força total.
ABMP: E o carnaval, teremos em 2022? O que se tem especulado para o próximo verão?
IE: Acredito que ainda seja muito cedo para falar sobre o tema. Nenhum gestor público responsável pode garantir nada no momento crítico que estamos passando. Se tivermos condição sanitária e população vacinada, certamente faremos o carnaval, e com certeza será uma festa extraordinária. Um momento de explosão de nossa alegria, reprimida durante todo esse período.
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