Entrevista: Paulo Coelho – Presidente do Sinapro Bahia

nov/2025

“É gratificante perceber que o mercado enxerga no Sinapro-Bahia uma entidade viva, relevante, capaz de promover o diálogo e fortalecer as relações entre agências, clientes e parceiros. Essa energia que veio do Enapro nos inspira a começar o trabalho com disposição renovada e senso de propósito.                                                                                                                                                                                       

Enapro & Posse

ABMP: Paulo, o Enapro 2025 marcou o início da sua gestão à frente do Sinapro-Bahia e também foi palco da cerimônia de posse da nova diretoria. Como você avalia esse momento inaugural tanto o evento em si quanto a recepção do mercado à sua volta à presidência?

 

PC: O Enapro 2025 representou um momento muito simbólico para mim e para todo o mercado publicitário baiano. Foi um evento de reencontro, de conexão, de reflexão e de reafirmação do papel estratégico da propaganda na transformação dos negócios e da sociedade. O fato de o congresso ter coincidido com a posse da nova diretoria do Sinapro-Bahia deu ainda mais sentido a esse início de gestão.
Senti uma recepção muito calorosa, marcada por entusiasmo e confiança. É gratificante perceber que o mercado enxerga no Sinapro-Bahia uma entidade viva, relevante, capaz de promover o diálogo e fortalecer as relações entre agências, clientes e parceiros. Essa energia que veio do Enapro nos inspira a começar o trabalho com disposição renovada e senso de propósito.

Comparativo com a gestão 2009–2012

ABMP: Você presidiu o Sinapro-Bahia entre 2009 e 2012. Agora, retornando em 2025 para 2028, quais diferenças de conjuntura você percebe em termos de desafios, oportunidades e expectativas do mercado? E de que forma essas mudanças impactarão suas prioridades nessa nova gestão?

PC: Na minha primeira gestão, entre 2009 e 2012, vivíamos um cenário em que o grande desafio era consolidar o modelo de negócios das agências diante da multiplicação dos meios e da chegada das plataformas digitais. Hoje, o desafio é outro — é entender como a tecnologia, a inteligência artificial e os novos hábitos de consumo redefinem a comunicação e o próprio papel das agências.

As oportunidades são enormes, mas também exigem atualização constante, capacidade de adaptação e uma visão colaborativa do mercado.

A diferença essencial é que, agora, o Sinapro-Bahia quer ser ainda mais protagonista na articulação de conhecimento, na defesa da ética e na valorização da criatividade baiana. Minhas prioridades estão alinhadas a esse novo tempo: fortalecer as relações, investir em formação profissional e criar pontes entre o mercado tradicional e o novo ecossistema digital.

 

Projetos em planejamento

ABMP:Quais são os principais projetos que você já está planejando para o novo triênio? Há iniciativas novas que não estavam presentes em sua gestão anterior, ou focos renovados em áreas específicas, como inovação, tecnologia, inclusão ou formação profissional?

PC: Estamos estruturando projetos que reflitam as demandas do presente e o olhar para o futuro. Um dos pilares centrais será o desenvolvimento de competências — por meio de programas de formação continuada, com ênfase em inovação, tecnologia e gestão.
Também queremos ampliar o diálogo com o as demais entidades do setor e também do ecossistema de startups e economia criativa, aproximando as agências dos novos modelos de negócio que estão surgindo.

Outro eixo importante será o da diversidade e inclusão, incentivando práticas que tornem o setor mais representativo e conectado à sociedade contemporânea.
E, claro, seguiremos atentos à valorização da atividade publicitária — tanto no campo institucional quanto no econômico —, fortalecendo a defesa do mercado e das boas práticas profissionais.

 

Desafios atuais

ABMP: Em 2025, o setor de propaganda enfrenta transformações rápidas, como digitalização acelerada, mudanças no comportamento do consumidor, regulação, e concorrência cada vez mais intensa. Quais você considera os maiores desafios que o Sinapro-Bahia deverá enfrentar nos próximos anos, e como pretende enfrentá-los?

PC: EVivemos um momento de grandes transformações, em que a digitalização, a automação e a mudança de comportamento do consumidor acontecem em uma velocidade inédita. O maior desafio é garantir que as agências mantenham relevância estratégica nesse contexto, oferecendo valor real aos clientes e à sociedade.
Outro ponto é a regulação da publicidade, que precisa acompanhar as novas realidades do ambiente digital sem sufocar a criatividade nem a liberdade de expressão comercial.

Nosso papel, como Sinapro, é atuar como mediador e orientador: promover o debate ético, defender as boas práticas e oferecer suporte técnico e jurídico às agências.

Mais do que nunca, o Sinapro-Bahia será uma casa de diálogo, de construção coletiva e de fortalecimento das relações — porque acredito que é nas relações sólidas, humanas e de confiança que o mercado cresce de forma sustentável.

 

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