A vida em plenos passos: Reflexões sobre resiliência e inspiração
Muitas vezes, a vida tem o poder de nos surpreender com inspirações vindas de onde menos esperamos. Este texto foge um pouco da técnica habitual sobre comunicação, big data e inovação que, com frequência, guiam meus pensamentos. Hoje, quero falar sobre o que realmente nos move: a força da inspiração humana e seu impacto profundo no nosso desenvolvimento. Foi essa busca, por algo além do aperfeiçoamento profissional, que me trouxe até aqui e me fez aceitar o convite para escrever esta coluna. Não é apenas sobre o que construímos, mas sobre como crescemos a cada passo.
Há cerca de cinco meses, eu deixei o Brasil. Com a mala carregada de expectativas, saudades e incertezas, embarquei em uma jornada de autodescoberta. Nesse tempo, encontrei algo valioso: a essência de compartilhar experiências com pessoas diferentes, que, sem saber, me trouxeram acolhimento e inspiração. Convivendo com gente de diferentes raças, culturas e crenças, foi impossível não sentir o impacto de suas histórias. Mas, curiosamente, foram as histórias de brasileiros que mais me tocaram. Talvez pela identificação, talvez porque nossas lutas e conquistas têm o mesmo sabor de superação e força.
Entre essas histórias, uma em especial tem sido um farol em meus dias: a de Adriele Rosa, ou Adri Nomad, como é conhecida pelo seu canal no YouTube. Uma mulher que carrega nas costas a bagagem de quem veio do interior da Bahia, que cresceu enfrentando a dura realidade de poucas oportunidades. A vida a levou para Salvador, onde estudou e se preparou para o mundo, mas o espírito aventureiro a impulsionou a partir em busca de novas experiências. Hoje, Adri viaja o mundo e, em uma dessas viagens, encontrou um desafio que poucos têm coragem de enfrentar: a proximidade com a morte.
Em uma jornada pela Tailândia, um acidente de moto colocou sua vida e a de seu companheiro em risco. Ali, diante do que poderia ter sido o seu fim, Adri escolheu a gratidão. Aceitou o que parecia ser inevitável com serenidade. Não é difícil entender por que essa mulher me inspira tanto. Em um mundo que muitas vezes nos faz temer o futuro, Adri nos lembra da importância de viver plenamente, de encarar os desafios com resiliência e de agradecer a cada dia, mesmo quando as circunstâncias parecem sombrias. Essa experiência me fez refletir sobre o que é realmente viver. A vida, muitas vezes, é medida pelos sucessos profissionais, pelas metas alcançadas, pelos resultados tangíveis. Mas, na verdade, viver é muito mais do que isso. É sobre as pequenas alegrias, os encontros inesperados, as conexões que fazemos com aqueles que cruzam nosso caminho. É sobre ser grato não só pelas grandes conquistas, mas pelas pequenas vitórias diárias que nos mantêm em movimento.
Adri, com sua história de superação, me lembra de que a vida não é feita apenas de momentos grandiosos, mas de uma soma de passos cotidianos. A cada amanhecer, a cada conversa que temos, nos redescobrimos um pouco mais. A convivência com ela me trouxe uma perspectiva de como a simplicidade pode ser poderosa, como o simples ato de estar presente no aqui e agora pode transformar tudo. Ela me ensinou que, mesmo diante das maiores adversidades, é possível continuar a celebrar a vida, porque cada segundo vivido já é, por si só, uma vitória.
A vida tem essa estranha dualidade. Enquanto buscamos nos aperfeiçoar, crescer profissionalmente, construir uma carreira sólida, muitas vezes deixamos de lado o que realmente importa: o presente. Somos sempre impulsionados a pensar no futuro, no que virá, e nos esquecemos de que o verdadeiro sentido de viver está na caminhada, no que experimentamos no meio do caminho, e nas pessoas que encontramos.
Adri segue sua jornada, compartilhando suas vivências através do canal “Adri Nomad”, onde inspira centenas de pessoas a abraçarem a vida com coragem e gratidão. Esse texto, além de ser uma homenagem a ela, é um convite para você, leitor, refletir sobre quem são as “Adris” que já cruzaram seu caminho. Quantas mulheres, ou homens, inspiradores já passaram por você, deixando lições de resiliência, amor e gratidão?
Talvez a grande lição que aprendi com Adri, e com outros seres humanos incríveis que encontrei nesta jornada, seja a de que viver é, em última instância, um ato de contemplação. Contemplar o presente, mesmo quando ele parece incerto. Contemplar as pessoas ao nosso redor, porque são elas que realmente dão sentido ao que somos. Viver é abraçar a imprevisibilidade da vida e ser grato pelas histórias que nos são contadas, pelos desafios que nos são lançados e pelos momentos que nos fazem sentir mais humanos.
E, para mim, essa convivência foi um privilégio. Encontrar seres humanos tão humanos como Adri me trouxe de volta a crença na benevolência da vida. Um lembrete de que, mesmo nos momentos em que tudo parece perdido, há sempre algo pelo que ser grato. A história de Adri, de ter encarado a morte com serenidade, é um exemplo de como podemos enfrentar nossos próprios medos e desafios. Felizmente, ela ainda está aqui, inspirando e nos ensinando que a vida é, acima de tudo, uma dádiva a ser celebrada.
Este artigo, além de uma reflexão pessoal, é também um convite para que você olhe ao redor. Que tal pensar em quantas “Adris” você já encontrou em sua vida? Quantas pessoas passaram por você e, mesmo sem grandes feitos, tocaram sua alma e o ajudaram a ver a vida de uma nova maneira?
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Emanuel Bizerra
Colunista
Comunicólogo e ecologista, estudante de consumo, marcas e comunicação (Lato Sensu). Observador da vida cotidiana e amante da natureza, escrevo quando pede o coração
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