Entrevista: Renata Fernandes – Escritora e Empreendedora
“No fundo queremos o mesmo, fazer com que o nosso público se sinta único. Não à toa valorizamos a experiência, além do produto em si. O caminho precisa ser proporcionar, tanto na publicidade quanto na literatura, experiências únicas que farão o consumidor se apaixonar pelo seu produto, seja ele tangível ou não“
Renata Fernandes é escritora para a infância e empreendedora, sócia da Editora Letra A desde 2017. Lançou seu primeiro livro em 2014 e hoje já são mais de 20 títulos lançados para o público infantil.
Em 2020 Renata se uniu a uma editora americana e passou a lançar seus títulos em países como Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Holanda, Inglaterra, Japão, entre outros.
Em 2021 transformou suas obras em audiolivros, narrados por ela e disponíveis em diversas plataformas digitais.
Ainda em 2022 Renata lançou seu primeiro livro em parceria com a Editora Ciranda Cultural, “Quanta África tem no dia de Alguém?”, que foi reconhecido pela UNESCO com o Selo Catedra 10 – 2022.
Renata é presença constante nos principais eventos literários da Bahia e do Brasil, como Bienal do Livro Bahia, Bienal do Livro do Rio, Bienal do Livro de Pernambuco, Bienal do livro de São Paulo, FLIP, FLICA, SCREAM, FLIPF, PLIPELÔ, Campus Party, entre outros.
ABMP: O que você, que é publicitária e escritora, enxerga que a publicidade baiana atual pode aprender com a cena literária de nosso estado hoje?
RF: No fundo queremos o mesmo, fazer com que o nosso público se sinta único. Não à toa valorizamos a experiência, além do produto em si. O caminho precisa ser proporcionar, tanto na publicidade quanto na literatura, experiências únicas que farão o consumidor se apaixonar pelo seu produto, seja ele tangível ou não.
ABMP: Como o conhecimento típicos da publicidade, como entendimento do público-alvo, construção de narrativas envolventes, e outros, te ajudaram a construir a carreira como escritora?
RF: Sempre me considerei uma contadora de histórias e continuo criando narrativas que conversem com o desejo e a imaginação, só mudei algumas plataformas e segmentei o meu público, agora totalmente voltado para a infância. Eu considero que todas as minhas experiências profissionais ou não, me trouxeram onde estou hoje, e a publicidade foi um destes caminhos que percorri com alegria.
ABMP: O mercado infantil, como o da publicidade, é muito impactado pelas mudanças tecnológicas e comportamentais. Como o mundo digital, a chegada dos celulares, games etc impactam a forma de fazer literatura para crianças?
RF: A criança de hoje não é a criança que fomos, isso precisa ficar claro para que possamos interagir de forma verdadeira com esta “nova” criança. Por outro lado, sabemos que infância não envelhece e a essência do que mexe com o intangível continua ali, latente. A tecnologia vem como forma, na mediada certa, isso é importante ressaltar, para que seja trabalhado o conteúdo, que no final é o que importa. Tecnologia sem afeto, principalmente quando se trata do público infantil, é vazia. No fundo o que vai falar mais alto sempre em qualquer época é o que toca e sempre vai tocar o humano em nós.
ABMP: As crianças de hoje fazem parte da chamada geração alfa. O que você acha que a publicidade deveria saber sobre o perfil dessa nova geração que, em alguns anos, chegará ao mercado de consumo e trabalho?
RF: A essência humana é complexa e por isso mesmo é encantadora, seja na geração x, y, z, alfa, beta ou qualquer outra nomenclatura que se crie para elas, não podemos esquecer dessa camada invisível aos olhos. Óbvio que somos afetados pelo externo, pelas inovações tecnológicas, pelo comportamento coletivo de consumo, mas quem tiver o olhar diferenciado para o intangível dentro de nós, estará sempre um passo a frente.
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