Uma pessoa posicionada posiciona todo mundo
Esse texto é sobre limites.
Talvez você esteja precisando pensar sobre eles; talvez você nem saiba como tratá-los, porque não costuma estabelecer, ou não foi educado a partir deles, ou, ainda, talvez você nem saiba do que estou me referindo aqui, por ter passado a vida transgredindo todos os limites que estabeleciam a você.
A vida nos exige uma construção de limites, e nos impõe também.
A maturidade, a partir do autoconhecimento, vai nos fornecendo a chance de irmos estabelecendo nossos próprios limites. Mas, não há garantia alguma de que as pessoas irão compreender suas fronteiras, se você também não encontrar a maneira delas tomarem conhecimento disso.
É preciso comunicar seus limites. A convivência contigo não garante o respeito a eles, afinal, ninguém tem bola de cristal para acessar o que é
negociável ou inegociável pra você.
As pessoas confundem tempo de convivência com intimidade. A intimidade é um processo de construção, e requer interesse de trocas. Quantas pessoas vocês conhecem, que vivem juntos a tanto tempo, mas parecem dois estranhos? E o grande mal é pensarmos que só porque são parentes e cresceram juntos, sabem tudo da vida um do outro! E aí é que mora o risco de se machucarem: no equívoco de que sabem o que o outro pensa e sente…
Algumas pessoas têm dificuldades em estabelecer limites por receio de serem julgadas como egoístas. Outras, tratam com naturalidade, por compreenderem que o respeito dos outros passa pela condição de auto respeito, como defende Confúcio.
Quem se reconhece, não se submete ao que o outro deseja pra si como destino.
Esse é um comportamento aprendido, muitas vezes, na nossa família de origem, quando, ainda crianças, nos ensinam que é educado não desagradar o outro. Só que ao longo do tempo, não nos alertam que devemos priorizar encontrar um caminho confortável para agradar a nós mesmos, ainda que desagrademos ao entorno.
Quebrar um ciclo familiar é romper a condenação de um destino que se repete de geração em geração. E, na vida adulta, é preciso muita terapia para que consigamos encontrar um lugar de conforto, em que eu possa me tornar uma pessoa que se posiciona e é capaz de posicionar os outros, principalmente, quanto à forma de lidarem comigo!
Esse é o grande segredo das pessoas admiradas: elas aprenderam a se posicionar sem culpas! Isso não é questão de egoísmo, mas de maturidade, sobrevivência e inteligência emocional.
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O conteúdo e opinião publicados neste artigo são de inteira responsabilidade do autor ou autora.

Sinara Dantas Neves
Colunista
@acuradoraferida
Doutora e pós doutoranda em Família na Sociedade Contemporânea (UCSaL-BR/ ICS- Universidade de Lisboa – PT);
Mestre em Psicologia (USP); Psicoterapeuta sistêmica (ABRATEF 206-BA); Professora universitária há 23 anos;
Pesquisadora da Conjugalidade; Escritora; Palestrante;
Mãe, amante da sua profissão e apaixonada por gente!
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