O aumento da confiança na economia e as oportunidades para a publicidade baiana

jul/2023

Mensalmente, a ABMP é consultada pela SEI (Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia) sobre o nível de confiança do empresariado em nosso setor, o da publicidade. A SEI compila as respostas dos diferentes setores e divulga o ICEB (Indicador de Confiança do Empresariado Baiano). A boa notícia é que nos últimos 2 anos, este índice melhorou. Ou seja, as lideranças empresariais estão mais confiantes de que haverá uma melhora econômica nos próximos meses. 

A melhora do ICEB ainda é tímida, já que o índice estava em -78 em junho de 2022, e está em -33 neste junho de 2023. Ou seja, ainda está em terreno negativo, mas se soma a outras melhoras de perspectivas, como a estimativa de que o PIB brasileiro crescerá mais de 2% este ano, de que a inflação ficará controlada e de que os juros começarão a cair já em agosto.

Um cenário de melhora da economia cria oportunidades para o setor publicitário. Como um dos principais objetivos de quem nos contrata é gerar demanda, a expectativa de que haverá uma demanda maior no futuro, serve de estímulo para que mais empresas anunciem para obter uma parcela desta demanda que chegará. O mercado publicitário tem seu crescimento correlacionado com o do PIB: quando a economia cresce, o mercado publicitário cresce mais rápido que a economia. 

Este cenário econômico abre oportunidades em diversos horizontes temporais. De maneira mais imediata, como esta mudança de perspectivas está acontecendo relativamente rápida, pode haver um pico de demanda por soluções digitais, que demanda um compromisso de investimento mais escalável e permitem uma mensurabilidade maior, fatores mais tranquilizadores quando a lembrança dos tempos difíceis ainda está na mente dos anunciantes.

No médio prazo, é possível que a demanda cresça para os veículos de massa, que conseguem atingir muita gente num período curto. Isso pode ser melhor percebido nas grandes datas populares, como o natal ou mesmo o carnaval. Marcas que estavam adormecidas podem querer reaparecer em grande estilo, e a mídia tradicional é a melhor opção para isso.

No longo prazo, é esperado que as marcas façam uma busca por novos fornecedores, capazes de oferecer soluções mais especializadas, efetivas e criativas do que as que vinham recebendo de seus fornecedores antigos. Este pode ser um bom momento para o mercado publicitário baiano se fortalecer como um player nacional.

Com o modelo de trabalho híbrido popularizado neste pós-pandemia, a cadeia de fornecedores da indústria criativa, em que a publicidade se insere, não precisa ser local. É possível atender de Salvador clientes de Brasília, São Paulo, Manaus ou qualquer outro lugar. A queda da barreira geográfica que a tecnologia propicia, abre uma oportunidade para que se intensifique o modelo em que da Bahia se faz publicidade de alto nível  para marcas de todo o Brasil, criando oportunidades de negócios, emprego e renda em nosso estado.

A melhoria da economia antecipada nos indicadores disponíveis prenuncia um período de bonança, que deve ser mais intenso em nosso setor, por motivos estruturais. Que saibamos aproveitar estas oportunidades para mudar para melhor e de forma perene a economia de nosso estado.

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Lucas Reis

Lucas Reis

Colunista

Presidente da ABMP, CEO da Zygon e Doutor em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia

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