A “Commoditização” do Capital humano: De que forma isso tem impactado nas empresas e nos profissionais?
Se formos traduzir ao pé da letra o que são commodities, logo a tradução e o dicionário são práticos em nos explicar: As Commodities (no singular Commodity) tem origem inglesa, e ganharam espaço na economia referindo-se a produtos de origem primária.
O termo “Commodities” refere-se a recursos vegetais, minerais ou agrícolas, possuindo um grande valor comercial e suas oscilações de preços interferem diretamente em outras atividades. Podemos dizer que eles influenciam no comportamento da economia de maneira ampla.
Mas, qual a relação das commodities com o referido “capital humano?”
Já há algum tempo, que as movimentações de mercado e de empregabilidade, principalmente com o aumento do desemprego, tem fomentado a “commoditização” de profissionais, que por não estarem em atividade plena ou por receio de não se recolocar, acabam perdendo a sua percepção única de valor.
Commodities são produtos de qualidade e características uniformes, que não são diferenciados de acordo com quem os produziu ou a sua origem. É uma equação inversamente proporcional, quando nos referimos ao trabalho humano que impõem características únicas, diferenciais e a longa história que traz consigo, ampliando o seu leque de experiências.
E, do mesmo modo, funcionam para as empresas que são os arcabouço dentro do mercado e, portanto únicas, com características peculiares e capacidade de entrega totalmente diferentes. ⠀⠀⠀⠀⠀
Nesse mercado de empregabilidade tão disputado, a expertise, a experiência, a história e tantos outros substantivos estão sendo esquecidos, pelo medo gerado em concomitância com o momento e, partindo disso, igualando empresas e profissionais como commodities.
A percepção única de valor tem sido trocada pelo medo de cobrar o quanto um serviço vale de verdade. O quanto um profissional com “tais” características agrega valor a uma organização.
Se averiguarmos alguns índices de vagas de emprego e as candidaturas que esta mesma vaga recebe de currículos, percebemos a enorme discrepância entre profissionais júnior´s e de cargos com maior experiência, disputando a mesma vaga.
E, porque isso tem acontecido? Será que os profissionais e as empresas estão “barateando” os seus valores para não deixarem de atender ou se recolocar?
Será que em sua maioria estão satisfeitos com sua posição atual hoje e com os valores que lhe são atribuídos? Ou estamos vivendo uma fase de “open to work” eterna, provocando um turnover sem tamanho pela capacidade de compatibilidade com a vaga?
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Será que é demais pensar que um profissional com uma expertise maior, com experiência e maturidade no mercado, se dê por satisfeito em ocupar uma posição “inferior” ao que ele pode oferecer? É claro que não. Este mesmo profissional, estará de frente para um computador enviando seu currículo para as vagas que surgirem, com o nível que ele pode entregar e, finalmente sair desse ciclo de “open to work” eterno.
Porque então “commoditizar” profissionais e empresas? Sabemos que ambos saem perdendo. O profissional não estará inteiro ali. Ele “perde” boa parte do seu tempo e da empresa, para garantir que possa fazer essa transição. E, se tempo é o bem mais caro que possuímos, como então querer “commoditizar” o tempo?
Laila Bensabath
Colunista Convidada
Growth Hacker Manager & Digital Marketing
LinkedIn Laila Bensabath
Proximity Marketing: a estratégia lucrativa e pouco conhecida movimentando bilhões
A indústria do marketing está em constante evolução, e uma das estratégias que vem ganhando destaque nos últimos anos é o Proximity Marketing. Apesar de movimentar impressionantes US$ 62 bilhões ao ano, de acordo com a Research and Market, essa abordagem ainda é pouco...
IA e ESG, sopa de letras que pode gerar desenvolvimento
À medida que a conscientização sobre as questões ambientais, sociais e de governança (ESG) cresce, torna-se cada vez mais importante explorar soluções inovadoras para enfrentar os desafios globais. A inteligência artificial (IA) emerge como uma tecnologia promissora...
O aprendizado como estratégia para o futuro do trabalho
Em novembro tive a oportunidade de participar de alguns eventos sobre inovação, criatividade, tecnologia, dentre eles o Scream Festival em Salvador e o Rec´n´Play em Recife. Em todas as palestras e painéis, olhares e ouvidos atentos para cases de mercado, novas ideias...
ESG e IMPACT WASHING: qual é e para quem vai o seu impacto?
Nos últimos anos, especialmente após a pandemia causada pelo novo coronavírus, surgiu também um crescente destaque a temas relacionados a uma nova lógica de produção, consumo e posicionamento. Novos termos passaram a fazer parte do nosso dia a dia, a exemplo da famosa...
Mais do que processos, ferramentas e tecnologia, gente é a chave para inovação numa corporação.
A evolução tecnológica vem ganhando cada vez mais velocidade, da invenção do telefone no final de 1800 até o primeiro computador foram 70 anos, daí até o primeiro computador pessoal, o Apple I lançado em 1976, foram mais 30 anos. E em pouco mais de 20 anos saímos da...
O que importa é a produção!
Na contemporaneidade da escassez de horas, de profissionais ultra-tarefas, de benefícios encurtados e um surto coletivo de doenças ocupacionais-psicológicas, vivemos um paradigma nesse mundo “tech”, onde a inovação e as ondas “alpha, beta, meta” ditam os novos...
junte-se ao mercado