Entrevista: Alex Gonzalez – Diretor Comercial na Record TV Itapoan

jan/2023

Os desafios do mídia atual são muitos e requer foco, disciplina e um processo de atualização constante. 

É por isso, que este profissional precisa ser mais versátil e estar constantemente atualizado em temáticas amplas que vão muito além da simples montagem de planos de mídia                                

                                                                                                                                                                         

As mídias tradicionais e os novos profissionais de comunicação

Em um mundo de grandes transformações, mídias tradicionais como a televisão e o rádio se mantém firmes e se reinventando com o passar dos anos. 

Eles integram um grupo chamado de mídias de massa que, junto com os jornais e revistas, levam entretenimento, informação e, é claro, servem como um canal comercial para pessoas e marcas. 

Estas mídias são responsáveis por atingir diariamente milhões de pessoas. Para você ter uma ideia, somente em 2021, os canais de televisão abertos e por assinatura, impactaram cerca de 205.876.165. Foi o que atestou uma pesquisa realizada pelo Kantar Ibope.

De olho nesses números e com propostas cada vez mais estratégicas. Profissionais de mídia têm se reinventado cada dia mais para integrar as múltiplas possibilidades de trabalhar propostas comerciais para o mercado brasileiro. 

Para falar sobre esse assunto e trazer um panorama sobre o perfil do novo profissional de mídia, convidamos Alex Gonzalez, diretor comercial na Record TV Itapuã.

Confira agora a nossa entrevista do mês.

 

ABMP: Alex, a mudança na quantidade e tipos de mídia nas últimas décadas transformou o perfil do consumidor, e, consequentemente, também mudou a rotina do profissional de mídia. Quais são as principais mudanças, na sua opinião, no perfil e na rotina de trabalho deste profissional?

AG: O profissional de mídia hoje precisa ser mais versátil e estar constantemente atualizado em temáticas amplas que vão muito além da simples montagem de planos de mídia. 

É por isso, que considero a posição do mídia, uma das posições mais importantes e relevantes da cadeia, que entregará resultados efetivos após um profundo trabalho de filtros e construções conjuntas com os demais profissionais.

Novas mídias são disponibilizadas a todo momento, novos canais e formatos dentro das mídias onde já veicula, atualizações no ambiente de negócios do seu cliente, acompanhamento próximo da estratégia de planejamento e criação (levando em consideração a relevância do lógico de mídia que construiu) e claro, atualização constante sobre pessoas e seus comportamentos e rotinas, muito além do senso comum e de retórica de venda dos meios e veículos, mas baseado em estudos relevantes, seguros e atualizados. 

Os desafios do mídia atual são muitos e requer foco, disciplina e um processo de atualização constante.

O mercado hoje exige um mídia focada em negócios, relacionamento e resultados (para o seu cliente e sua própria empresa/agência). Para isso ele precisa convergir uma gama de ações e informações advindas de estudos, atualizações, experiência e trocas. Tudo isso sem precisar mencionar questões básicas como honestidade e ética.

Sempre houve a busca pela “bala de prata” que daria uma resolução rápida, fácil e barata para as questões de comunicação e marketing. Sempre há a “mídia da vez e da moda” em que todos querem estar. 

Mas apenas um profissional de mídia preparado e multidisciplinar conseguirá trazer relevância e resultados efetivos, tendo em vista a estratégia para cada ação. E com as mudanças rápidas e constantes de hoje, ser um profissional complexo como este está cada vez mais difícil.

 

ABMP: Hoje, boa parte do público quer se sentir parte da produção do conteúdo que está assistindo. De uma audiência passiva, temos visto uma audiência muito ativa. Isso torna o papel dos veículos de informação mais fácil ou mais difícil? Como lidar com este público engajado?

AG: O público sempre quis fazer parte, dar sua opinião sobre um acontecimento, uma notícia, um posicionamento. Fazia isso de forma limitada em roda de conversas, mesas de bares, encontros familiares e com uma mídia de via única era o possível. 

Talvez, no máximo, mandar um e-mail para o veículo de comunicação, mas claro, era incipiente. 

Hoje temos a possibilidade de uma via dupla. O público não apenas faz parte do conteúdo através dos canais digitais com os publishers, hoje ele produz e dissemina conteúdo. 

Com grande frequência acompanhamos picos de engajamento e consumo digital em canais de anunciantes que iniciaram campanhas em meios consolidados e não digitais como outdoors, rádio e TV. Tudo dependerá de como será a utilização de cada meio. 

Isso ocorre com a publicidade e com os editoriais. Segundo estudos, os temas mais comentados e discutidos no mundo digital advêm de publishers não digitais como a TV. 

Entendendo essa possibilidade de engajamento e segunda via no fluxo da comunicação, os meios de comunicação hoje já atuam de forma a fomentar esta movimentação e se adequar editorialmente à esta realidade. Vejo aí algo totalmente natural e positivo, que traz novas possibilidades na relação meio x público.

 

ABMP: Temos visto a realização do chamado paradigma da multicanalidade, em que a audiência acessa o conteúdo em diferentes canais, momentos e locais. Este cenário de multicanais é uma oportunidade ou um desafio para os veículos de comunicação?

AG: A possibilidade de diversificação de canais é, sem dúvida, uma grande evolução e oportunidade para os meios de comunicação. A rotina das pessoas mudou e continua mudando rapidamente, mas não deixa de ser sua rotina, sua jornada dentro de um espaço de tempo que pode e deve ser estudada. 

Estes novos comportamentos permitem, através de novas plataformas, a ampliação do tempo de consumo de meios que até então estavam presos a horários (como o noticiário da manhã, na TV) ou dependentes de ações do público (como a mensagem em jornais ou revistas), por exemplo. 

Tudo dependerá agora de como a comunicação foi construída, já que cada veículo pode ter uma continuação digital fulltime do que está comunicando/divulgando.

Isso é positivo também para as marcas, que podem permear vários canais nos mais diversos momentos da jornada do seu público-alvo, de forma relevante e fluída.

 

ABMP: Agora falando sobre perfil de profissional, o que alguém que quer entrar ou se reciclar na carreira de mídia deveria focar? Você acredita que esta é uma carreira promissora?

AG: O mídia é um profissional fundamental para a agência e para o cliente. É quem define a distribuição e a qualificação de entrega da maior parte dos investimentos do cliente, e por quem passa a maior parte do fluxo de dinheiro da agência. Ou seja, é a peça que gerará os resultados do cliente e também da agência para o bem ou para o mal. 

Se operada com profissionalismo, qualidade e honestidade, a mídia tem o poder de potencializar em muito os trabalhos dos demais núcleos envolvidos, seja o marketing do cliente, a criação, o planejamento etc.

Então, mais que a técnica e atualização (que são fundamentais) nos mais diversos meios, sejam eles consolidados ou novas mídias, o profissional de mídia precisa entender do negócio onde ele está envolvido, do negócio onde seu cliente está envolvido, de todas as peculiaridades e atualizações que influenciam seus resultados como política, economia, cultura etc. 

Em alguns casos, até mesmo as “fofocas” regionais e locais, por que não? Tudo pode ser utilizado como oportunidade, desde que haja relevância.

Numa posição tão importante e com uma necessidade de conhecimento tão ampla e versátil, não tenho dúvidas que é um profissional a ser cada vez mais valorizado por todo trade, perpassando pelo cliente, agência, veículo e fornecedor.

ABMP: Por fim, você trabalha numa das maiores redes de TV do estado, que tem apresentado um ritmo de crescimento significativo nos últimos anos.
Quais você enxerga que foram os movimentos acertados da Record Bahia nos últimos anos e o que você enxerga como desenvolvimentos futuros?

AG: A RecordTV vem ampliando sua audiência nacionalmente como Rede há alguns anos, e na Bahia isso é muito intensificado. Temos na Bahia a maior audiência do canal em todo país.

A emissora tem no DNA uma comunicação muito próxima com o seu público local, respeitando suas peculiaridades, seus costumes e seus interesses. 

E de alguns anos para cá, entregamos produtos de qualidade diferenciada como novelas, reality shows, séries e etc. 

Trouxemos produtos da TV fechada para o grande público aberto, seguindo uma das missões do meio de democratizar a informação e o entretenimento com qualidade. Tudo isso para atrair o público e consolidar a emissora como um canal atrativo. 

Aqui na Bahia, a RecordTV Itapoan fala localmente com o público baiano durante quase 08 horas diariamente, sempre tendo algumas das figuras mais representativas e relevantes como apresentadores. 

O cuidado com esta comunicação, respeitando as particularidades dos baianos, a transparência e a qualidade do que é veiculado também é um grande diferencial. 

Acredito que a RecordTV na Bahia cresceu a partir do momento em que o público começou a perceber toda esta qualidade, segurança, relevância e respeito regional. 

Vejo a digitalização do sinal de TV como um grande impulsionador disso, já que com ele nosso sinal pôde chegar com qualidade digital nos lares baianos de forma muito capilar, permitindo este maior consumo.

Mas o crescimento vem de um mix de ações que não são unitárias, e sim um conjunto delas implementado diariamente por todos os profissionais da emissora, que vão desde a preocupação com a qualidade de um link ao vivo, passando por um texto bem escrito até uma grande mudança de cenário.

O futuro só tem a nos trazer mais crescimento e força, cada vez entendendo mais o baiano, mais conectado com ele através dos canais digitais, trazendo cada vez mais projetos de relevância local, com a cara do baiano. Temos em vista também todas as potencialidades da TV 3.0 que nos abrirá um mundo de possibilidades e novas experiências do telespectador com seu canal predileto.

Outras entrevistas

Entrevista: Robson Wagner – CEO na W4 Comunicação

"A chave para uma comunicação eleitoral efetiva é construir uma campanha autêntica e adaptável, que utilize todas as ferramentas e plataformas disponíveis para criar uma conexão genuína com o eleitorado, enquanto promove uma participação ativa e contínua na...

ler mais

Entrevista: Gilson Freitas – Sócio Idealizador Camarote Ondina

"Esperamos que o Camarote Ondina se destaque no mercado como um provedor de serviços de qualidade, buscando entender as necessidades e preferências individuais dos nossos clientes. "                                                                                     ...

ler mais

Entrevista: Daniel Ribeiro – Publicitário

"A premissa básica é trabalhar com a verdade e manter a equipe preparada para essa comunicação de mão-dupla que o digital permite. Ou seja, entender que o meio digital, mais do que ser uma janela para falar, é um local para se ouvir "                                 ...

ler mais

junte-se ao mercado