Entrevista: Carmen Silva – Líder do Movimento dos Sem-Teto do Centro – MSTC
“Dia após dia estamos conquistando mais espaços como cidadãos, outrora invisíveis na grande São Paulo. Hoje, o MSTC trabalha em rede e coletividade, interligando vários setores e demonstrando atuação como agente transformador na escala urbana e social.”
Carmen Silva é ativista pelo direito à cidade, líder do Movimento dos Sem-Teto do Centro – MSTC e conselheira estadual de habitação da cidade de São Paulo. Urbanista prática, ao longo desses 20 anos de luta, tirou das ruas cerca de três mil pessoas e já lecionou em cursos de arquitetura e discute de maneira altiva com autoridades dos setores públicos, privados e acadêmicos, a questão da visibilidade das pessoas que não possuem endereço, promovendo inclusão social, acesso à saúde, educação e cultura.
Palestrante convidada no Scream 2020, nessa entrevista, ela dá detalhes de sua luta diária e conta um pouco da sua trajetória, que já rendeu prêmios e reconhecimento nacional.
ABMP: Desde os anos 1990, você integra o MSTC, que luta ininterruptamente pela visibilidade das pessoas que não possuem endereço. Em quase três décadas de atuação, quais foram as principais conquistas e desafios?
CS: Nesses meus 30 anos de luta, a principal conquista foi propiciar moradias definitivas para mais de 3 mil famílias. A vitória na demanda Cambridge (reforma do antigo edifício Hotel Cambridge, localizado no centro da cidade de São Paulo), por exemplo, marcou nossa trajetória. Trata-se do nosso lar ascendente na luta por direitos de milhares de pessoas, que obteve reconhecimento público nacional e internacional.
Sobre os desafios, eles são muitos, e para aqueles que não possuem endereço, as principais são a descontinuidade de programas de habitação e enfrentamento da criminalização dos movimentos sociais.
ABMP: Ser mulher neste ambiente, às vezes hostil, dá um peso maior à esta missão?
CS: A mulher é quem inicia o processo de ocupação em quase todos os casos. É a mulher quem vem com seus filhos, que assume o trabalho e aceita o desafio de luta. Ser mulher é uma condição que potencializa e une todas nós. Somos muitas em busca do direito da moradia digna para nós e nossos filhos.
ABMP: Temos visto, através das urnas, mudança de pensamento da população. Para os movimentos como o MSTC, o que mudou neste período aos olhos da sociedade?
CS: Dia após dia estamos conquistando mais espaços como cidadãos, outrora invisíveis na grande São Paulo. Hoje, o MSTC trabalha em rede e coletividade, interligando vários setores e demonstrando atuação como agente transformador na escala urbana e social.
ABMP: A pandemia, obviamente, atrapalhou as atividades do MSTC, na luta diária pela justiça social. Muitas pessoas se viram desabrigadas neste período. Como vocês se adaptaram à pandemia e mantiveram o suporte aos moradores de rua?
CS: Com a chegada da pandemia, a Casa Verbo e o MSTC se uniram para criação do Comitê Popular de Combate ao Covid19: a Operação Povo Sem Fome. Esse movimento selou um pacto de solidariedade entre a sociedade civil, poder público e investidores financeiros, para amparar a população que se encontra em situação vulnerável.
Nesse período, foram mais de 12 mil famílias atendidas, somando cerca de 60 mil pessoas recebendo itens básicos e alimentação digna.
ABMP: Muito se fala hoje de um ideal de cidade. Um lugar que acolhe, que dá oportunidade aos seus moradores e proporciona uma boa qualidade de vida, com justiça social. Sonhar com isso no Brasil é possível? Se sim, quais caminhos o país deve seguir na busca por esse ideal?
CS: Sim, é possível sonhar com um ideal de cidade. Um dos caminhos para se viver numa sociedade justa e inclusiva é respeitar a diversidade, onde os diferentes atuam juntos e em rede, contando com a participação efetiva da sociedade civil junto ao poder público, atuando nos vários conselhos, por uma cidade que comtemple a todos.
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