Entrevista: Gabriela Gaspari – Head de Marketing e Eventos da Rede Bahia
“Muitos anunciantes nacionais estão buscando consolidar suas marcas com públicos cada vez mais diversos e a Bahia, na minha opinião, é o verdadeiro reflexo do Brasil.”
O setor de eventos vive o esperado momento de retomada após um período tão delicado, de quase dois anos, provocado pela pandemia. Só no Brasil, o prejuízo ultrapassou R$ 250 bilhões e levou cerca de 3 milhões de pessoas ao desemprego. Calcula-se que 60 mil empresas foram atingidas por essa crise e estão, nos últimos meses, aproveitando o arrefecimento do Covid-19 para recuperar as agendas.
Festivais, shows, encontros, feiras e os mais diversos eventos de negócios e entretenimento estão sendo realizados em todos os cantos do Brasil, tanto que a previsão é de recorde no setor, com reflexo em toda a cadeia produtiva de fornecedores, mídias, prestadores de serviços e outros.
Recém-chegada do Festival de Inverno, realizado pela Rede Bahia em Vitória da Conquista, Gabriela Gaspari, Head de Marketing e Eventos do conglomerado de comunicação e entretenimento, traz suas percepções sobre essa retomada no mercado baiano, também do Norte e Nordeste, para os associados e leitores da ABMP.
ABMP: A pandemia causou danos incalculáveis aos setores produtivos da sociedade. No caso do setor de eventos, no Brasil, houve uma perda de mais de R$ 250 bilhões, levando 3 milhões de pessoas ao desemprego. Hoje, há um processo de ebulição, com muitos eventos e atividades acontecendo ao mesmo tempo em todo o país. Como analisa esse período mais sensível da pandemia e a retomada?
GG: O movimento de retomada traz um desafio enorme para todos que atuam na área do entretenimento. Se, por um lado, temos um público disposto a consumir festas, shows e festivais, por outro, temos uma responsabilidade de subir a régua e entregarmos o melhor para ele. Isso engloba line up, ativações e experiências diferenciadas. Foi seguindo esta máxima que acabamos de receber 60 mil pessoas no Parque Teopompo de Almeida, em Vitória da Conquista, durante a maior edição de todos os tempos do Festival de Inverno Bahia.
ABMP: No momento mais delicado da pandemia, houve uma debandada do mercado. Ao mesmo tempo, com a retomada, uma ebulição, tanto que a previsão é que sejam realizados quase 600 mil eventos, voltados para entretenimento e negócios. Portanto, é preciso adquirir materiais, conseguir mão de obra, agenda e ainda por cima lidar com questões complicadas, como alta do dólar e inflação. Segundo a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), a alta demanda por materiais, mão de obra, espaços e ainda a alta do dólar e inflação, vêm atrapalhando a realização de projetos. Como vocês estão lidando com isso no mercado baiano?
GG: Temos um grande cuidado em apoiar o desenvolvimento local e, por isso, priorizamos os fornecedores baianos na realização dos nossos eventos. Nesse sentido, também temos enfrentado alguns desafios, mas mantemos relações de confiança com fornecedores que nos atendem há mais de 20 anos e estamos cumprindo nossos compromissos. Quanto às questões econômicas, temos tentado um equilíbrio entre o valor dos ingressos, investimentos em patrocínios e a sustentabilidade do evento em relação aos seus custos. Este retorno é desafiador, mas com planejamento, vamos superar tudo.
ABMP: No final de 2021 você assumiu o cargo de head de marketing e eventos na Rede Bahia. Nesses nove meses de trabalho, quais os maiores desafios que você encontrou? Deu para notar algumas particularidades que só o mercado baiano tem?
GG: Antes de tudo, quis conhecer e entender a Bahia. No caso da região Sudoeste, fiz várias visitas para ouvir o público de Vitória de Conquista e não chegar à cidade apenas no período de realização do Festival de Inverno. Por lá, percebi a forte referência da cultura mineira e como são os hábitos da Suíça baiana, que vai muito além das baixas temperaturas. Musicalmente, por exemplo, já percebi neles um forte gosto pelo rock e sertanejo, mas também a abertura para o samba e axé. Aprendo todos os dias.
ABMP: Ao longo de sua carreira, você participou de negócios nacionais, tendo passagens pela Nubank, Estadão e 99. Agora, na Rede Bahia, você atua num mercado estadual. Quais as maiores diferenças e como você pretende utilizar a sua experiência em outras áreas para impulsionar o setor de eventos baiano?
GG: A Rede Bahia é o maior grupo de mídia e comunicação do Norte e Nordeste brasileiros. Muitos anunciantes nacionais estão buscando consolidar suas marcas com públicos cada vez mais diversos e a Bahia, na minha opinião, é o verdadeiro reflexo do Brasil. Os nossos festivais, por exemplo, acontecem na Bahia, mas trazem públicos de todo o país e até de fora dele. Eu não acredito em fronteiras para os negócios, o mundo mudou muito. Hoje em dia, fazemos negócios de qualquer lugar do mundo conectados por um smartphone. Também não faço comparações. O mercado do Sudeste tem seus prós e contras, assim como o mercado baiano. O mundo corporativo é muito peculiar por si só, competitivo e exige de nós uma mente cada vez mais aberta para aprender, crescer e colaborar.
ABMP: Desde a retomada da pandemia, tivemos a realização de alguns eventos importantes do calendário, como o Festival de Inverno, realizado em Vitória da Conquista. Ainda há a expectativa para a nova edição do Festival de Verão, que está no calendário dos soteropolitanos há pelo menos duas décadas. O que vocês estão preparando?
GG: O Festival de Inverno Bahia entrou para a história. Uma edição com quatro atrações por dia no palco principal, entre elas Maria Bethânia. Foram diversos presentes que demos para Conquista nesta 16ª edição! Para o Festival de Verão, seguiremos a mesma linha. Traremos um evento totalmente repaginado, no nível que os soteropolitanos esperam e merecem. A Bahia Eventos tem no seu DNA a marca de gerar grandes emoções e com um dos maiores eventos do verão brasileiro não seria diferente. Nossa edição de 2023 está confirmada e muito em breve as novidades serão anunciadas.
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