Entrevista: Márcio Viana – Presidente do Capítulo Norte/Nordeste da Associação de Marketing Promocional (AMPRO)
“O cliente deve entender que quando a verba do marketing regional é aplicada através de uma agência regional, além da segurança de quem conhece a fundo o público alvo, ele vai alimentar toda uma cadeia produtiva que enriquece a região”
ABMP: A Ampro é relativamente jovem, fundada em 1993. De lá para cá, como o marketing promocional baiano vem se desenvolvendo e amadurecendo?
M.V: Bom, acho que é legal começar explicando que nossa atividade agora se chama Live Marketing e engloba toda ação de marketing em que a marca impacta o cliente diretamente, ou seja, sem uma mídia entre eles. O marketing promocional é uma das diversas disciplinas, como os eventos, o trade marketing, ativação de marca e outras, que estão sob o grande guarda-chuva que chamamos de live marketing.
Nossa área demonstrou um crescimento muito grande nos últimos dez anos, período em que o mercado teve um aumento significativo no número de agências e nos investimentos na área. Outro ponto a destacar é o nível de profissionalização que alcançamos. Hoje há profissionais, fornecedores e agências com real especialização em live marketing. Isso nos colocou no nível de estratégia e planejamento dentro do cliente e não mais apenas na execução.
Importante também destacar que na região Norte/Nordeste, a Bahia é a praça com mais associados (cerca de 20) e com o maior número de agências exclusivas de live marketing.
ABMP: Quais foram as principais transformações no setor? E quais são os maiores desafios existentes hoje?
M.V: Além da estruturação do setor e da mudança de nome, as agências, os fornecedores e os profissionais estão mais unidos e isso gerou força e relevância para nossa atividade. Não havia em nosso trabalho uma percepção valor que existe hoje, da necessidade de contratar um serviço especializado. Era algo que qualquer um tentava fazer. Hoje, os clientes sérios buscam agências sérias. Esse empoderamento no setor foi um grande ganho que veio através da Ampro.
Sobre os desafios, o foco hoje é fortalecer mais a nossa imagem institucional. Estamos estreitando relações com a Sinapro-Bahia, Abap-BA e ABMP, e levando essa ideia para outros estados. Também temos proximidade, em todo Brasil, com as associações dos clientes. Precisamos estar presentes nas discussões do setor, afinal, nosso mercado movimenta mais de 40 bilhões de reais por ano no Brasil, de acordo com pesquisa da SSK em 2016, disponível na AMPRO.
Outra questão que acho fundamental e que lutamos bastante é pelo processo justo nas concorrências. Sugerimos aos clientes que não convoquem mais de quatro agências para uma concorrência, mas que se desejar que elas sejam remuneradas, e principalmente que as plataformas de compras tratem nosso serviço de forma diferenciada. Não dá para comprar um trabalho de marketing como quem compra parafuso.
ABMP: E qual é o diferencial das agências de live marketing baianas no cenário nacional?
M.V: No ano passado, tivemos o segundo Congresso de Live Marketing e conseguimos emplacar um painel sobre regionalismo. Abordamos as questões desse tema, que defendo há bastante tempo, para mostrar que temos o domínio sobre os detalhes e as realidades regionais, algo que uma agência de fora nunca vai ter. Temos aqui agências muito bem estruturadas e capacitadas, que já desenvolvem trabalhos em todo o país.
O cliente deve entender que quando a verba do marketing regional é aplicada através de uma agência regional, além da segurança de quem conhece a fundo o público alvo, ele vai alimentar toda uma cadeia produtiva que enriquece a região e, em última instância, melhora a condição de compra de seu público. Isso faz crescer a região e gera mais consumo. Não se trata de “cota da região”. Não é apenas uma questão de lógica, para que os projetos funcionem bem, mas é também uma questão econômica.
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