Entrevista: Rodolfo Tourinho – Ex-presidente da ABMP #EspecialABMP25Anos

mar/2023

Ter uma entidade de 25 anos que permanece fortalecida depois de mais de duas décadas é motivo de muito orgulho. Acima de tudo, eu acho que a história da ABMP é longa e continua sendo, bastante vitoriosa. Fico feliz de ter sido juntamente com alguns amigos,  parte da história dessa associação que tinha como objetivo aumentar a verba e gerar melhores resultados para os clientes                                

                                                                                                                                                                         

 

 

A ideia de uma entidade nos moldes da ABMP surgiu em dezembro de 1997, durante o Fórum de Propaganda daquele ano.

Naquele encontro, ficou claro que manter o mercado girando em torno de interesses divergentes não seria o melhor caminho para construir um futuro.

E, foi assim, que nasceu a ABMP. Uma entidade que não só abraçava agências, mas reunia veículos e fornecedores em torno de um único objetivo: promover ações voltadas para promover o crescimento do mercado local.

Em 2023, a ABMP completa 25 anos. E, em comemoração a essa data tão especial, convidamos os ex-presidentes para compartilhar mais sobre a história da entidade.

Nosso primeiro convidado é Rodolfo Tourinho que, em 1998, fundou a ABMP com um grande objetivo: mobilizar o mercado baiano e aumentar a verba dos clientes. Confira agora o entrevistado do mês de março:

 

ABMP: A ABMP é uma reunião de segmentos que possuem um interesse em comum: promover ações que fomentem o crescimento no mercado local. Qual era o cenário daquela época e na sua opinião, qual foi a importância de formar uma entidade como a ABMP naquele período?

RT: Na verdade, naquele período a verba de cada cliente era disputada por todo o mercado. Então, as agências, produtoras e veículos queriam uma parte disso e a ideia de formar a ABMP parte do princípio de como dar mais transparência ao mercado publicitário e garantir que o cliente tivesse um bom retorno.

Dito isso, o foco era unir o mercado publicitário para que a discussão fosse interna e gerasse mais transparência entre o cliente e o veículo para que os mesmos pudessem dialogar entre si.

Na época, não foi fácil, mas acredito que o resultado foi alcançado. Eu estou fora do mercado publicitário da Bahia há mais ou menos 18 anos, não sei como está no momento, mas na época da criação da ABMP foi uma excelente solução para as relações de todos os segmentos desse mercado e os maiores beneficiados foram os clientes e não as agências.

 

ABMP: Reunir profissionais de segmentos diferentes em torno de um objetivo em comum, nem sempre é uma tarefa fácil, mas o crescimento local é sim um desejo em comum.

Neste cenário, quais foram os primeiros pontos atacados? E quais foram as primeiras ações realizadas pela entidade?

RT: O ponto de partida do nosso trabalho focava na transparência. Porque o mesmo produto poderia ser precificado de diferentes formas e passado ao cliente.

Nas primeiras reuniões internas com todo o segmento buscamos entender qual era a melhor maneira de manter o cliente satisfeito ao mesmo tempo, que também perseguimos um objetivo comum:  aumentar a verba dos clientes.

Trabalhando dessa forma, quanto melhor o resultado alcançado, mais instigado o cliente se sentiria para injetar verba no mercado.

As primeiras ações foram como uma “lavagem de roupa suja” dentro do mercado publicitário. Existiam as complicações de equilibrar a influência e a mudança de cenário geral, já que as próprias agências já tinham sua associação. Então não foi tão simples o processo, mas com muito trabalho e dedicação, aos poucos as coisas foram acontecendo.

 

ABMP: O mercado publicitário como um todo é muito importante neste movimento, sobretudo, suas entidades representantes. No começo, qual foi a importância da participação de entidades como ABAP-BA e SINAPRO?

RT: Como te disse, no começo não foi simples, mas na primeira eleição da ABMP, que eram André Lemos, Sidônio Palmeira e eu, as pessoas perceberam que o nosso discurso fazia sentido e passaram a acreditar nele.

Com isso, tivemos o apoio da ABAP-BA e do SINAPRO e demonstramos que a ideia não era beneficiar o mercado A, B ou C e sim expandir a capacidade desse mercado. Algumas ações durante esse período exemplificam isso.

Fizemos uma feira de propaganda, projetos de como inserir clientes pequenos na mídia e de como as agências poderiam atender clientes pequenos. Esse processo foi muito interessante e quando essas entidades perceberam que a ideia era alavancar o mercado, elas aceitaram.

Logicamente que cada uma delas tinha o seu segredo e apego aos clientes que com o tempo foi se diluindo e deixando de ser tão importante, até porque as ações que foram tomadas estabeleceram a confiança dos segmentos de mídia, produção, fotografia e agências.

Durante o exercício da presidência da ABMP, pude realizar um trabalho muito interessante e não sei se esse tipo de organização existe em outro lugar, acho que somos pioneiros na Bahia.

 

ABMP: 25 anos depois, a ABMP continua firme, forte e atuante. Qual o impacto da entidade você percebe no mercado publicitário?

RT: Ter uma entidade de 25 anos que permanece fortalecida depois de mais de duas décadas é motivo de muito orgulho. Entendo que devido aos conflitos e dificuldades não é fácil administrar todas as demandas de uma entidade que abrange todo o mercado publicitário.

Mas, acima de tudo, eu acho que a história da ABMP é longa e continua sendo e, bastante vitoriosa. Fico feliz de ter sido juntamente com alguns amigos,  parte da história dessa associação que tinha como objetivo aumentar a verba e gerar melhores resultados para os clientes.

ABMP: Por fim, mas não menos importante, se você pudesse deixar um conselho para os profissionais do mercado publicitário, qual seria?

RT: O que eu posso falar é que a grande preocupação é o resultado do cliente, se o cliente não tiver resultado mesmo com a peça mais linda do mundo e 50 mil prêmios se o objetivo não foi alcançado, o negócio foi péssimo.

Então o que eu penso é, olhar pro outro lado da mesa e se colocar na situação do cliente é o mais importante. Eu tenho que dar resultado, eu tenho que fazer valer a verba que o cliente disponibilizou. Se eu consigo fazer isso, ótimo, caso não, perder o cliente se torna inevitável.

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