Em tempos de empoderamento, ativação de valores, fake news e notícias que circulam na velocidade da luz, os manuais de gestão de crise estão se fazendo valer como nunca, especialmente na comunicação corporativa. Prevenir, reagir rapidamente e ser transparente foram algumas das diversas dicas dadas pelas convidadas da mais recente edição do Quem sabe faz a live, programa transmitido nesta terça-feira (11) pela Associação Baiana do Mercado Publicitário, ao vivo, pelo Facebook, sobre gestão de crises.
No evento, mediado pelo jornalista Matheus Ramos e comentado pelo publicitário Pedro Valente, a especialista em estratégias de comunicação institucional e mercadológica, também sócia-diretora de planejamento da Ideia 3, Renata Schubach, e a professora universitária de marketing e gerente de comunicação externa da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), Amine Darzé, contaram suas táticas, vivências e como enxergam o surgimentos desses problemas institucionais na rotina de trabalho.
Schubach pontuou que um erro comum nos casos de contingenciamento é no investimento imediato em publicidade como ferramenta principal. Segundo a publicitária, o ideal é trabalhar a reconstrução da imagem da empresa através da assessoria de imprensa que, para ela, é o porta-voz principal junto aos stakeholders. “Conhecer o manual é muito importante, e mais importante ainda é entender que o papel da propaganda é ser suporte de prevenção e construção da imagem, para que, com mais resistência, sofra menos impacto no estouro de uma crise”, avalia.
Com experiência em mineradoras e empresa pública, Darzé afirma que, nesses 20 anos de carreira na comunicação corporativa, já se deparou com problemas de razoáveis proporções, passando a entender o guia como uma espécie de lembrete dos passos a serem dados, sem necessariamente ser seguido à risca. “O ideal é compreendê-lo como um mapa e que cada situação chega a você com elementos diferentes. Dependendo do ocorrido, o caminho a ser seguido se distancia um pouco das sugestões do guia”, completa.
O público que assistia ao vivo pelo Facebook também participou com comentários e perguntas, como a internauta Carla Fonseca que perguntou a Amine se a Coelba previa a crise que ocorreu com a suspensão de pagamento das contas nas lotéricas. “Foi uma questão de reajuste de contrato. Não esperávamos a decisão da Caixa Econômica, que foi realizada em âmbito nacional, aí houve o rompimento aqui na Bahia, gerando a crise. E mesmo com as mais de 800 redes credenciadas de pagamento da conta, não foi suficiente para a alta demanda da população”.
Após a erupção do problema, Coelba e Caixa Econômica abriram nova negociação, sem interromper o contrato em vigor. “Foi uma decisão que privilegiou o bom senso, não prejudicando o consumidor. Várias lições foram aprendidas, como incrementar a nossa rede de arrecadação e ativar uma campanha reforçando os locais que oferecemos”, completa a professora e gerente.
Ainda foram debatidos no bate-papo métodos de trabalho e analisados cases de atuação das assessorias em situações extremas, como na tragédia de Mariana, em Minas Gerais. Esta e outras edições da live ficam disponíveis e também podem ser vistas no canal do Youtube da ABMP.
Confira a LIVE na íntegra: