Com a economia interna fragilizada, boa parte das empresas do país enxerga o mercado internacional como uma alternativa ao marasmo. Na tentativa de aumentar a competitividade lá fora e a produtividade das uvas do Vale do São Francisco, os agricultores do sertão pernambucano apostam em cultivares cujo material genético permite ao produtor fazer mais de uma colheita ao ano, chegando ao mercado externo em épocas distintas.

Este é o caso da BRS Vitória, primeira cultivar brasileira de uva sem sementes. Por ter bom equilíbrio entre açúcar e acidez, a fruta conquistou os ingleses e já é fundamental à balança comercial do Brasil, provocando exportações de, aproximadamente, 150 toneladas entre abril e dezembro, quando, nessa época do ano, o mercado inglês costumava ser abastecido pela Itália, Espanha e Grécia.

Apesar de a participação parecer irrisória, visto que na safra a região produz 39,2 mil toneladas de uvas sem semente, o desenvolvimento da pesquisa, desenvolvida pela Embrapa, é um avanço e permite que o Brasil chegue a mercados até então inexplorados. Na região do Vale já são cultivados com essa variedade cerca de 200 hectares. Coube ao grupo Labrunier ser o pioneiro na exportação, enviando semanalmente a BRS Vitória para a Inglaterra.

A uva vem se destacando, sobretudo, no Vale do Submédio São Francisco, nos municípios de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), áreas protagonistas no mercado de produção e exportação de uvas no Brasil. Em 2015, o Vale chegou a comercializar 185 mil toneladas de frutas, entre mangas e uvas.


Fonte: Folha PE